Gadu e os desamores. Os desamores embalados por Maria Gadu.
A melancolia dos amantes. Gadu e os encerramentos de casos amorosos.
Amorosos? Ora, sim!
- Eu poderia ter me apaixonado por você, sabia? Mas, você sempre
ia embora de madrugada.
- O sono é algo muito íntimo. Mais íntimo que qualquer coisa
que nós já fizemos...
- Então eu sou seu casinho,
quando eu pensava que você é que era o meu...
- Eu era um casinho? Acho que somos um casinho.
- Quando quiser dormir comigo me procure.
(Silêncio vazio)
-
(O que ele não entendia é que o sono compartilhado era o corpo de delito de amor)
-
''Seu amadorismo impõe
tal carência, não sou da cadência, não sou de valor''
''Não preciso amor,
não preciso abraço.Não te cobro o laço e não cobro o som. Eu grito -Arde! Invade..
E as palavras calam no meu coração''
O rosto carrega as marcas da
paixão da madrugada anterior. O desejo. Um amor sem rodeios. Bochechas,
maxilar, pescoço estão aqui pra doer e fazer lembrar... teu amadorismo impõe tal
carência. Você só dança essa valsinha se preciso for. Não é mais preciso. Cartas
à mesa. Tudo o que restou foi o vazio. Começou sem muito, terminou com menos
ainda. Não me consome a culpa, não me consome a dor, só uma melancolia de que
gosto - e que já é sabido. O encontro e o poético desencontro.
O sono (sagrado) rendeu muitos
sonhos. Mal sabe ele que apesar de todas as verdades ditas sobre o significado
do sono compartilhado, era ele que habitava meu inconsciente enquanto não
compartilhava a mesma cama. Ele corria atrás de mim. Eu cedia e ficávamos
juntos. Meu inconsciente talvez ache que essas minhas atitudes o aproximam.
Pobre inconsciente, o meu. Era virada de ano e os fogos eram vistos por nós da
Praça Tiradentes de Ouro Preto. Ele usava a camisa bonita e estampada de
ontem... corríamos, corríamos muito.
Não sinto que é o fim. Também não
imagino como poderia se dar a resproximação, que não partirá de mim. Tampouco imagino que será dele. Mas, sei que
nos veremos ainda... sei disso.
ou não, claro.

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