domingo, 23 de novembro de 2014

sunday evening

Manoel de Barros faleceu há mais ou menos uma semana. Eu cultivava, por ele, uma admiração secreta; infelizmente ainda não tive considerável contato com sua obra (queria de volta meu interesse por poesias - o amor que eu sentia ao ler - e o êxtase ao escutar uma que virou música...). Das vezes que li uma ou outra, me arrancaram sorriso grande e por isso me senti à vontade pra dizer com sinceridade: tchau ao poeta passarinho. Hoje, um domingo chuvoso, em casa com a família cada um em um canto, fiquei de repente melancólica... e senti necessidade de falar sobre Incompletude. Fiz um google da palavra, e primeiro me veio algo de física, então adicionei à minha pesquisa a palavra mágica Poesia. E me veio uma de Manoel de Barros que contemplou todo o meu momento.


"A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito"


Associado a isso, um amigo querido postou em seu facebook um link para músicas de Vinícius, Toquinho e Maria Creuza; então enquanto escrevo isto é o que estou ouvindo (no momento, Escravo da Alegria). 


Ao fundo também, os gritos e foguetes de um jogo importante do Brasileirão: Galo e Zêro. Um grita GALO, outro já manda logo na mesma intensidade ZÊRO... foguetes...


Enquanto escrevo estas coisas, me lembro de alguém em algum momento ter dito que haja o que houver: escreva. Cá estou eu, então, trazida até aqui graças a minha Incompletude. 





domingo, 2 de novembro de 2014

acontece que...

eu não sei ser triste.

não sei ser triste, e por isso quando sinto chegar perto um sentimento assim, tenho vontade de chorar muito pra poder mandar embora (e pra bem longe) rápido essa sensação. 

preciso aprender a ser triste, às vezes. a conviver com esse sentimento inevitável, porém gosto tanto da alegria, ela me persegue e eu a persigo, e somos tão felizes juntas.

quando um desapontamento interpessoal me invade fico desesperada. sinto vontade de me mexer e resolver isso. mas, é muita inocência ainda (22 anos de idade) não saber ser triste.

se sinto que algo está errado com um laço que tenho muito apreço e apego, sinto-me sem ar, porque sei que o próximo momento a chegar é de tristeza. 

se fico uma pessoa mais ansiosa, faladeira, insistente, por isso, sim. Fico. constantemente surpreendo a mim mesma tentando ser alguém mais serena, leve, zen. Preciso constatar que para tal deveria aprender a ser triste. E entender isto como uma atribuição humana como qualquer outra inerente a nós. 

eu choro muito, choro bastante mesmo. é a maneira de transbordar a tristeza que  me ameaça. mas quando eu vejo a luz do sol de um domingo, ou a chuva cair no final da tarde de sexta, eu quero abraçar o que quer que tenha sido o criador de tudo que temos em volta, por dentro, por fora.

é tão encantador o sentimento da alegria, o sorriso jogado ao vento sem pretensão. o choro pra aliviar a alma, que fica difícil conciliar a vida com a (importância) dos momentos tristes, introspectivos.

preciso anotar, no entanto, que hoje sinto-me por dentro um pouco próxima à tristeza, por saudades. e tenho essa tal vontade de chorar só de pensar, mas não chorei por talvez não ser capaz de mandar pra longe a angústia de quem se entregou. nesse caso específico (de quem se entregou), toda essa lógica não existe. a tendência é a mesma mas não sei o que sentirei a necessidade à flor da pele de fazer daqui a 2 minutos, sequer.


é isso...  

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

retomada à escrita que me é tão essencial (feliz por ter conseguido)

quando eu era Luma em 2010, 2011, costumava ter um amigo com quem compartilhava todos meus anseios, e desfrutava do que começava a oferecer, a vida jovem, em seus prazeres e amargores. Sempre serelepes como crianças crescidas que se divertem com preocupação nenhuma com o porvir - que reflete-se também e principalmente em minhas estruturas emocionais dos anos em diante, e da Luma que viria em 2013, 2014 ...

Era feliz e triste em instantes. De uma intensidade com a licença da imaturidade. Foi ali o primeiro encontro com o que é relacionar-se com outra pessoa, no sentido mais profundo. Éramos unidos, pensávamos em dupla.

Com o tempo e os mal entendidos dados à diversão inconsequente de juventude -algo bastante compreensível, à época- a situação tornava-se insustentável para ambos os lados, mas o meu gênio jamais admitiria perder algo que me tornou de subsistência. Então era a primeira vez que encarei face a face o sofrimento. Algo forte que me pegou de jeito... e que ficava guardado me amordaçando porque meu único porto seguro já não podia ser. Lembro-me de propor que a amizade continuasse, mas porque era minha única garantia de não perder minha angústia em meu interior e jamais encontrar serenidade outra vez. Desesperador foi constatar que o cansaço era tamanho que não havia maneiras de manter algum vínculo, aquilo nos estava atrasando, tornando-se insuportável. Eu jamais admitiria isso, pois seria como perder... demonstrar fragilidade. Orgulho demais sempre me impediu. Então tudo ruiu e foi muito difícil, mas neste momento de quase loucura e peso, muito foi se clareando, ser humano que somos, vamos encontrando maneiras, descobrindo estratégias mentais de passar por aquilo. Lembro que o que muito me ajudou foi a música. E então a espiritualidade surgia em minha vida e fazia sentido viver toda a dor por algum motivo. Não, eu não fui abandonada por Deus e deixada sozinha à míngua. Não, aquilo era uma oportunidade.

A partir de então, todo o porvir já não seria mais a primeira experiência -nem a última- eis que passei q me sentir uma jovem senhora. E então a me jogar na vida como se uma auto afirmação de querer voltar a ser jovem e pertencer à minha geração (sentia-me muito distante das pessoas que também tinham 20 anos).

Tempo depois -e ainda me pergunto se todo o amadurecimento daqueles anos se mantêm na Luma de 2014-, outro envolvimento profundo -relutado de início- se deu, e cá estou. A dúvida do amadurecimento está mais forte do que nunca... o momento é outro, outras questões agora estão em voga, evidentemente, outras peculiaridades. Só gostaria de não me esquecer do que foi experimentado e que gerou aprendizado para não desperdiçar esta oportunidade que a vida me proporciona de estar com uma pessoa tão bacana. Quero, de fato, merecer esta nova oportunidade. É isso. Como uma outra chance de, dessa vez, lidar com mais maturidade com meus sentimentos sem deixar que tornem-se infantilmente orgulhosos, mimados, histéricos.

Gostaria de ter calma e fé que tudo está como deve ser, pensar nas atitudes, e se perceber que uma briga pode ser desencadeada, deixar pra depois, com a cabeça mais fria. Engolir o orgulho que trago. E ser feliz, leve, dentro do que eu for capaz, é claro, reconhecendo minhas limitações evolutivas. Não quero ser perfeita, ou forjar algo em mim, mas esforçar-me para que sinta-me mais feliz. E se precisar acabar -tudo passa, tudo sempre passará-, que eu saiba terminar bem, assim como soube começar bem. Em paz e sem optar novamente por aquela dor desmedida. Como já disse, não é mais a primeira experiência. 

domingo, 27 de julho de 2014

Para o dia 31 de julho de 2014

Babyzito, seu aniversário!  Êêêê...
queria poder te acordar com café quentinho, biscoitinhos e bisnaguinhas, como nós fazemos diariamente. E depois ficar juntinho, apertando vc pra não largar mais. E cuidar de vc o dia inteiro, passear, ver os meninos, depois quem sabe, iríamos nos endividar (mais) em algum barzinho ou pub (poderia ser o Benzadeus se ainda existisse ali no Largo de Marília com aquele peixe empanado e alguma cerveja, Aústria, o que acha?); depois voltaríamos pra casa, banho com música e vela (uma de coração, e não tem problema se isso for brega rs). No banho nós seríamos leonino e ariana, porque "somos maravilhosos" e "vamos de novo?!".

Lindo, quer saber? tô aí sim.. recebe esse beijo, esse abraço e esse aperto....
Tenha um dia gostoso, com pessoas queridas. Fico feliz que esteja rodeado de amor aí. Hoje começa o seu ano novo, que seja iluminado! Muita paz. Tô te esperando tá? Beijinhos (melhor quando tem esse gostinho de saudade)  : )




segunda-feira, 21 de julho de 2014

sobre m e d o


medo de perder.
medo de não conseguir.
medo de conseguir (!)
medo de ser vista de manhã, sem maquiagem, ou depois do banho, cara lavada.
medo de não atingir a expectativa.
medo de gostar.
ou de não gostar.

medo.

é semana de finais e substitutivas na faculdade, deixei de fazer duas provas durante o semestre por motivos de: medo. preferi me esconder, fingir que não tinha prova, e pra não lembrar, dormi até o dia seguinte. No horário da prova, simplesmente não fui.
hoje é o dia anterior da segunda chance de fazer uma delas, ou seja, ou faz e tenta passar, ou não faz e repete. é claro que vou fazer, então passei hoje estudando e um pouco de ontem. Terminei antes do previsto, achei que era mais difícil e aqui estou, a pensar. Pensar justamente no medo. E em como ele nos impede de descobrir a maravilhosa dádiva de tentar. Qualquer coisa. 

Interessante refletir, pois, como todas as outras coisas, existem muitos lados, e muitas razões. Não ter estudado é onde mora o motivo do questionamento, pois deixar de ir fazer uma prova para a qual não se estudou pode ser uma atitude mais responsável e não pode ser julgada, uma vez que a universidade dá a oportunidade da segunda chamada. Outra questão. A paranoia de fazer tudo de primeira, os prazos, a pressão vencer sempre, jamais sucumbir. "25% de faltas é o que tenho direito" a faltar em uma disciplina, como diz uma conhecida. Para a maioria ouvir isso é sinônimo de pessoa descompromissada, irresponsável porque todos devem ter a mesma dinâmica. Vire-se, mas entregue o projeto no prazo.

desculpa, mas eu só consigo rir disso.
ainda prefiro ter um ritmo; e ser passível de mudanças, claro.

Talvez jamais consiga um coeficiente maravilhoso. Um nove brilhante. e confesso que isso me frustra, muitas vezes, porque por mais que reflita e tenha estas questões todas em mente, o ritmo dessa geração da qual faço parte também me afeta. E assim é, sim, mais difícil pra quem arrisca/ousa (des)equilibrar e aproveitar a segunda chamada, ou os 25% de presença. 


comecei o texto sem caixa alta, sem texto ordenadinho... com o passar das palavras, o raciocínio e as novas argumentações, fui ordenando e iniciando todas as frases com letra maiúscula. Exempl.. exemplificando o meu conteúdo.



-
escutando a trilha sonora da nova novela das 23h -  O Rebu.
http://musica.com.br/artistas/alabama-shakes/m/i-found-you/letra.html#l=trilhas-sonoras/o-rebu


quinta-feira, 26 de junho de 2014

o amor não tem pressa, ele pode esperar... em silêncio

junho e eu me vi na necessidade de auto-reflexões.
talvez tardias
já é o segundo banho que tomo no dia frio de hoje, este segundo para poder dormir mais aconchegante mandando ralo abaixo o desconforto trazido da rua fria, percurso da noite. além disso este último banho foi pra chorar um pouquinho e falar... falar sozinha sobre essas fraquezas e essas faltas que jamais admitiria a alguém. pena. 
as maneiras de guiar um relacionamento de iniciante não foram aprendidas, vejo na prática que são um espelho das relações fortes que mantemos na vida, isto é, basicamente com os nossos pais. a princesinha do papai, pode chorar, espernear, teatralizar, escandalizar que no fim, o papai vem dar a atenção desejada, seja em forma do quê for, uma permissão, dinheiro, um mimo, uma saída juntos naquela hora àquele lugar.
a mãe é o elo forte, deu limites e não mimou, então o 8 ou 80 é incontestável. vejo este reflexo claramente e quem recebe todo o embrulho em uma cesta de 1,65m, 58kg calçando 36 é ele... o namorado.

[o namorado
não dá pra falar ainda - 27/06/14]

é que a vida é assim mesmo, pode não ser o amor maior de todos, pode não ser o último, pode ser o que está no seu caminho para ensinar certas coisas referentes a esta etapa.
chorar a noite. virar pro lado e dormir triste. sentir-se não-amada. medo de perder. insegurança. desespero. levanta e sai do quarto.silêncio.... 

"não se afobe não que nada é pra já"
de mim pra mim:
o amor não está evidente, ele não pode ser "esperado, nem desesperado", e neste caminho ele existe, está aí... sofrer em demasia só faz sofrer mais depois. não sofre não, menina. a busca não pretende ser finita, quanto antes enxergar isto, antes vais ser feliz nessas desordenações do que ainda não se aprendeu... 

serenidade, calma, paz...
isso é resultado de esforço, não pode bobiar e ficar invigilante, por menos esquivos de beijos ou silêncios calados ou noites separados na mesma cama.
devagar, menininha. todos conseguimos. o caminho requer concessões sem comparações com quem cede mais [importante];


e assim vai... escutar Chico, Chico e só Chico por agora. 


















_futuros amantes
_amores serão sempre amáveis



segunda-feira, 9 de junho de 2014

pracaberemmim

pra caber em mim
é o nome que escolhi dar pra esse espaço meu.
como uma tentativa de transbordar o que estiver saindo de mim de emoção em forma de palavras.

não tão feliz assim.
não tão romântico assim.
mais...

crises de identidade de relacionamento.
madrugadas transbordadas em lágrimas engolidas.
difícil conviver com a aceitação de não mais ser livre... liberdade esta que me era tão familiar.
o apego por todos e o desapego eram iguais. por isso, nulos.
eu vivia feliz sem beijos e carinhos, mas em paz comigo, com meus programas e horários.
o amor se bastava naquele de observação.

hoje em dia que a situação mudou.
o desapego se desanulou e eu me encontro vinculada a um sentimento que tenho.
sem me sentir mais tão retribuída.
uma crise...
leveza, adeus.

adeus, não.
o desafio é buscar outras formas desta....
e eu sou ariana, aceito a condição, aceito o desafio.

se não é amor, se um dia será, ou jamais... o tempo vale pela experiência. vale sim.

me ajuda!
madrugadas assim.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Paradoxo e Rolling Stones





     Então as pessoas passam a vida em busca de um namorado, de boas notas na faculdade, passam a vida tentando corresponder às expectativas dos pais -que são quem as sustentam-. E quando elas cansam de buscar por estas coisas, então elas se formam, e agora começam a buscar por um namorado que tenha planos de ter filhos e casar, por um emprego que pague bem, por concretizar o sonho de sair da casa dos pais e pagar suas contas...
Não julgo, porque estas pessoas são todos nós, com nossas diferenças e peculiaridades. No meio do caminho, às vezes, um ou outro momento de fraqueza que faz inventar uma indisposição qualquer para perder (ou ganhar) o dia. Inconsequência? No ritmo frenético no século XXI, sim, inconsequência. A própria pessoa que se atreve a um ato desses, não se sente fazendo algo a que tem direito. Sente-se transgressora, atrevida, porque de certo, as consequências virão.

Mas, se todos estamos predispostos a esta sina de busca intensa por todas as coisas enumeradas no início e muitas outras, qual será a saída? Não tem saída? Não podemos romper sem culpa? Ora, foi preciso inventar uma indisposição! Não, não podemos romper. 

Se a pessoa tem um namorado, tem notas razoáveis na faculdade, tem uma vida social bacana e uma rotina familiar tranquila... e não está ainda assim satisfeita? Que triste, o mundo. Tem dias em que esta pessoa só quer sair por aí -e olha que me refiro aqui a um dia de fim de semana mesmo, que seja..- acompanhada pela pessoa a quem pode abraçar, beijar, ficar entrecorpos e conversar ... mas, aí a sensação é de que Não se é mais dona de si, livre. Des-satisfação.  O paradoxo é este. Antes a busca era muito frustrante, a cobrança da sociedade gigante, um fardo enorme. Agora, a frustração mudou de campo. Mudou de time, mudou de esquerda pra direita. 

A pessoa pode se deprimir aí, mas pode apenas colocar pra tocar Rolling Stones e começar a escrever um texto que só ela vai ler. A pessoa pode perder mais uma prova no semestre, garantindo assim que seu final de período seja ainda mais "emocionante" ou pode simplesmente ignorar (ou adiar) esta frustração e seguir sua rotina, como sempre é. Esta última alternativa é o que acontece todos os outros dias da vida. Vez ou outra eu gosto mesmo é de colocar pra tocar Rolling Stones e perder a prova de Sistemas Estruturais pra escrever um texto que só eu vou ler, e ver muitos episódios de Sex and the City sob a consciência de que isso não me deixará menos pertencente ao século XXI de corpo e alma que já sou...

Beijos.



terça-feira, 15 de abril de 2014

This is two thousand fourteen!






Concretizando um desejo, uma curiosidade, uma vontade de experimentar que sempre almejei (por mais que tentasse disfarçar de mim mesma este fato). 
O problema reside justamente neste lugar de ansiedade e medo e inexperiência. Impulsiva, cruel, eu tenho sido com alguém de quem gosto e que faz tudo para me agradar (até coisas que eu teria dúvidas se me agradaria realmente em outros contextos têm agradado tanto). E tem sido bom viver assim... eu tenho alguém de novo. E esse alguém tem muitas peculiaridades, é claro, mas assume o fato de que somos 2 juntos e não 2 separados. Informação importante.

O que acontece é que junto com essa afeição toda vem uma série de bagagens. As peculiaridades... sim, elas... Minha mente aberta não é lá muito aberta, talvez tenha sido preparada até aqui para encarar esta situação específica. E eu que pensava que tiraria de letra... me pego parecida com meus pais muito mais do que podia imaginar. 

Queira o cosmos que eu saiba lidar com esta característica e tudo o que ela acarreta. O pacote. 
Ser menos impulsiva, ter mais paciência e calma. Ouvir mais, abstrair mais ainda. Falar bem pouco, bem pouco. 

Keep calm & deixa de recalque, Luma.