segunda-feira, 1 de julho de 2013

não existe consenso -sejamos honestos, por uma vez.



Dizem que a vida é feita de fases. Particularmente, acho que essa denominação subestima a vida. Prefiro pensar que nós somos feitos de pensamentos que buscam fazer algum sentido. Os sentidos nem sempre não os mesmos, depende da experiência que cada um adquire dia após dia. Assim constroi-se a vida. Única... demanda tempo, reflexão, vontade de tentar de novo muitas e muitas vezes.

Hoje, início de julho do ano de 2013 notei que estou exausta da atual situação do país. O Brasil que acordou em protestos, sabe-se lá desde quando, ou até quando. Cansei de deslegitimar o que cada um acredita. Decidi respeitar as experiências de cada um. Se assim está acontecendo, assim está certo, disse mais ou menos assim Fernando Pessoa. No entanto, é mais do que esse determinismo... é uma mistura de cansaço por tentar entender, compreender que não é possível entender tudo agora, descrença com o sistema que se tem, dúvidas de como seguir em frente. O socialismo é lindo, mas o homem que experimenta o brilho do capital jamais desejará voltar ao sistema igualitário. Por outro lado, o socialismo também afasta algumas questões de liberdade; que em essência não deveria, mas na prática existem condicionamentos que devem ser considerados. Faz parte de jogar limpo. O capitalismo destroi, segrega, cega, aliena... mas ao mesmo tempo assegura a ilusão do capital, da liberdade, da democracia... e nós, humanos, adoramos ilusões; principalmente se ela está mais ligada ao indivíduo que à sociedade à qual está inserido. Faz parte da ilusão!

Às ruas há gente de todo tipo, isso é belo sim em muitos sentidos. Não tenho argumentos pra desmerecer o cidadão que vai, com um mínimo de brilho nos olhos em busca de justiça, cidadania... cobrar nada além do que lhe é direito e deveria ser garantido pelo estado. Por outro lado, a fúria da democracia nos mantém acostumados ao caos. A discordância vira rotina e, mesmo nas mais perfeitas das situações, uma coisa é certa: somos guiados a aceitar a falta de paz dos dias. E os dias já tem falta de sossego por si só! Desmistificando um pouco esse romance, a realidade é que o que se tenta chamar de democracia são duelos travados por opiniões engessadas, partes nada dispostas a ceder. O país não é mais o mesmo e não sei até que ponto saberemos lidar com isso sem radicalizar e acabar com o pouco de estabilidade emocional que aprendemos a cultivar durante anos em uma nação sem guerras.

Encho-me de orgulho ao ver pessoas de brilho no olhar. Só de imaginar, fico sem ar com tamanha beleza. Não quero vê-las perdendo a esperança. Como aquele seu filho que acredita que existe a fada, ele vai dormir e você coloca uma moeda debaixo do seu travesseiro. Ele acorda com um brilho nas pupilas que dá gosto de ver, e você pensa: - Seria cruel demais arrancar essa sensação dele, assim como essa minha ao vê-lo legitimamente feliz assim. O cerne não é mentira. 

Estou  hoje cansada de ver brigas, ofensas. Às vezes é necessário parar, mesmo que por um tempo, pra ver as coisas por outro ângulo. Tirar o ZOOM...


Gostaria de viver pra assistir às pessoas de brilho nos olhos conquistarem seus anseios. Queria ver as minorias respeitadas, tendo uma vida de paz, sem precisarem esbravejar o que lhe é direito... quem sabe um sistema mais humanitário? Quem sabe um estado contagiado por esse momento efervescente. Quem sabe? O que sei é que minha vida, a partir das minhas experiências pede por esse tempo agora. Mas, continuo torcendo. Força na caminhada, Brasil. Força, Turquia. Força, menino Bryan e sua família...





por eles a minha luta é eterna, sem Stop! Luta diária...




que a esperança nunca morra....


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