nem sei por onde começar.
inicio colocando pra tocar Louis Armstrong e Ella Fitzgerald
no Rdio e começo a tentar me lembrar daquele sábado, naquele terraço, o fim de
tarde, a energia inexplicável (puff, a mesma sensação de momento eternizado nas
duas igrejas, sob a chuva e contexto diferente de outrora), o frio, o sofá me
abraçando. Ele também...
ai, como foi bom!
Pensei no dia 27 muito tempo antes dele (enfim) chegar.
Tentei não criar esperanças nem ficar com medo de me sentir envergonhada.
Pensei em presente, escrevi carta... acompanhei cada movimentação, estava
ansiosa e tentava esconder isso de mim mesma. A semana que antecedeu o esperado
dia foi feliz, daqueles momentos que sente que tem um par e se sente inserida
no mundo apaixonado. Sem mais relutar (!). A consciência ia tranquila... fui
honesta, ele estava me mostrando que também queria estar daquela forma como
estávamos.
O sábado chegou. Depois de uma tumultuada sexta-feira a
noite/madrugada. O sábado. .. Mas, estava sim envergonhada de chegar sozinha
com seus pais e amigos mais queridos presentes. Liguei para um amigo que aceitou
me acompanhar (linda, a amizade...). 15 horas, ainda não havia saído de casa.
Meu amigo avisa que me encontraria às cinco, pra mim, ok. Eu estava pronta
desde as duas. Cinco horas mais alguns minutos, ele chega, nós seguimos,
passamos em duas casas, ele tem alguns problemas no trabalho e divide comigo
(acho que isso o alivia e me faz ficar menos nervosa também). O dia começa a ir
embora e nós ainda não chegamos lá. Ele já havia me enviado uma sms dizendo que
perderia o almoço, fico feliz porque ele
demonstra que me quer lá (santa insegurança, essa minha). Eu e meu amigo
enfim chegamos!!! Todos parecem já um pouco alterados, o vinho está acabando.
Me apresento a todos, família, amigos, todos simpáticos. O terraço está mais
bonito que nunca e isso me impressiona, me tira o fôlego por alguns instantes.
A partir daí, meu amigo que estava preocupado com os problemas pára também e
sente alguma coisa, segundo ele mesmo diz: nossa, é verdade, tinha me esquecido
que a vida é boa. Isso me faz cantar de alegria por dentro. 1 por vê-lo assim,
melhor, 2 porque era exatamente o que eu senti. E digo mais, a partir daí senti
que aquele era exatamente o lugar em que eu deveria estar. Nenhum outro lugar
desse mundo se encaixava mais em mim que aquele terraço com aquelas pessoas...
Era um cariño, um amparo, um aconchego que me faz abrir um
sorriso l a r g o
e uma vontade de voltar o tempo 4 dias. Suspiro, suspiro. Ele queria
pertinho, eu o queria. O colchão no
terraço, ele se jogando no meu colo pra tirar a foto que a irmã havia chamado.
Depois ele chamando pra sentarmos os dois no sofá que leva a gente pro fundo e
abraça, enrolados pelas mãos, pernas e cobertor. Vez ou outra ele repousa a
cabeça em mim, eu muito mais fria tento corresponder à minha maneira,
atrapalhada. Depois, em um outro momento, ele me diz que vai dar um presente e
me chama pra acompanhá-lo. Eu definifitivamente não disfarço minha satisfação e
logo levanto do sofá e sigo até seu quarto. Da estante, ele retira um livro e
me entrega. Parece-me que foi adquirido em um sebo. Mais poético que esse
momento, impossível pra minha compreensão. É um livro de 1972 de Walter Gropius,
sobre a nova arquitetura da Bauhaus. Fico muito surpresa inclusive pelo
conteúdo do livro. É sim de algum estudante de arquitetura, não podia ser de um
quase jornalista. Na verdade, podia sim.... se esse quase jornalista for ele,
poderia sim ser. (...)Retornamos ao terraço, onde fico e vez ou outra muda
minha companhia de sofá, ficou ali por bastante tempo a sua mãe, agradável,
gostei fácil fácil. O pai é muito espomtâneo, característica que sempre foi do
meu grado. A irmã parece ter um bom coração. Os amigos, uns docesssss. Gente
fácil de gostar. Tudo era incrível porque em momento algum houve esse tipo de
expectativa!
E assim foi se passando meu sábado mágico no terraço mais
bonito da cidade....
E assim foi se eternizando mais esse momento nas minhas
memórias de que existe mágica sim. E que é bonito demais poder sentí-la vez ou
outra. Uma gratidão à vida, ao universo. A todo o mistério, que com certeza:
sempre há de pintar por aí.
de música:
stars fell on alabama, interpretação de louis & ella ♥

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