domingo, 3 de março de 2013

Contentamento descontente

Sinto vazia. Dura. Inatingível. Falta.

"Você precisa enlouquecer mais"
"Você é a mais frágil. Esta também é a sua força."

PINA é um filme amoroso. "Almoroso". Em alguns sentidos, o oposto de "Amor". 
Amor é frio, duro, realista. PINA é maleável, essência, leve.
Isso pode explicar meu momento de desnorteio agora, aqui. Preciso recolher minha alma. Seja lá qual for, se for. E é, eu sei que é.

Preciso então (lembrei-me agora) terminar aquela crônica que comecei hoje a tarde enquanto tocava Barão Vermelho na máquina de som do restaurante. A crônica de Rubem Braga de nome: Receita Para Mal De Amor. Melhor ir do início, rever algumas letras. Terminei. E não, não adianta mesmo, Rubem. Fazer fogueira com papeizinhos mínimos onde fora escrito o nome do "amado" só vai servir pra repetir mais uma vez o quanto isso está me incomodando. É, eu sei. Eu admito. Preciso admitir aqui que me sinto sim devolvida como se fosse uma carta com o endereço errado. Ele, que eu achava que não alcançaria tão fundo; alcançou. E agora estou aqui, triste, pela lembrança dos momentos de felicidade; aqueles de mentirinha. Como todo o restante da nossa estória sem partes. Estória bonita, cuja ausência se faz dolorosa.


Vou ler. Dormir. Voar por aí, quem sabe? E acordar amanhã...





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