Quiçá
talvez seja a moça que gosta de ouvir quem sabe que tem muito a acrescentar. E nisso, ela quase passa despercebida. Sempre ali, no cantinho. Absorvendo...aprendendo talvez mais que todos os outros em volta -fato que não a torna melhor que eles e ela sabe disso. Aprende a ver o mundo por óticas diferentes. Gosta de tentar sair de seus ângulos por vezes. Percorre mundos, histórias, experiências, partidos, temperamentos, origens. A moça que conversa mais com silêncio que todas as outras moças e moços. Gosta de tentar sentir a maneira de todos em volta, à sua própria (como um canal para percorrer todos os outros canais), é claro. Ela observa e é um ponto de interrogação para a maioria. Sabe disso... Fala pouco porque acha que precisa sugar muito mais do que ceder. Pede opiniões, o que ela mais quer é saber. Tem sede e fome de conhecimento. A qualidade de 'esquisita' ou 'diferente' não a intimida mais. Está feliz por se distanciar da futilidade comum a que está inserida. Gosta da ideia de "fugir ao contexto". Por vezes, a frustração da pouca esperança na juventude é forte e desanimadora. Essa distância que percebe estar dos outros a faz viver de certa maneira ilhada; sempre haverá água em todos os lados, separando. Enquanto isso, ela não mudará. Talvez um dia consiga transformar alguma coisa, e mostrar a outras pessoas a importância que temos enquanto humanos, e nossos atributos, nossas tantas possibilidades e liberdades. Ou então ela se tornará o que já é, uma moça solitária do cantinho da sala de aula, mas desta vez em escala monumental, em algum café mundo afora, Europa, Oriente, Latinoamérica... vai saber . 
Nenhum comentário:
Postar um comentário