sexta-feira, 22 de agosto de 2025

A tal da raiva

 Um ano escrevendo menos que o normal.

Hoje fui à mão mesmo. Não está sendo um bom dia. Dormi mal, e me estressei com o pedreiro que é machista e ruim de serviço. A combinação pronta para explodir. Mas eu não me orgulho de ser assim, explosiva. E por saber que sou assim, às vezes exagero na gentileza pra tentar talvez compensar as minhas explosões de raiva e ofensas. É exaustivo ser assim, e vergonhoso também. Só queria ter sido tratada com mais sutileza e calma e ter aprendido a ser assim. Aos 33 anos esse comportamento não é mais aceitável. É patético. Não queria ser assim, ter esse temperamento colérico é muito cansativo.

Voltei a jogar vôlei, esses dias completa um ano desde que formamos um grupo que joga todas as semanas, às vezes mais de uma vez. No próprio vôlei esse temperamento explosivo já apareceu algumas vezes. Tive ressaca moral depois, apesar de ter causado bons efeitos para filtrar o grupo. Não é como se deve encarar os problemas, uma indignação sem limites.

Esse ano também voltei a ler, e estou muito feliz por isso. Me ajuda a dormir melhor e a desligar das telas nesse momento à noite. Preciso de um kindle pra parar de gatar tanto com os livros físicos.

Por hoje é só. 

quinta-feira, 6 de março de 2025

Fim de carnaval, mudanças à vista e pensamentos à mil

Tenho andado triste

Acabou o carnaval, de volta à rotina de trabalho em casa, projetos etc.

Fiquei muito tempo sem escrever, e agora que me veio a tristeza estou de volta.

PH está temporariamente trabalhando no Hotel, conforme eram os planos, uma vez que ele terminou de escrever o projeto de pós doc e agora o processo que começa é de submissão até, quem sabe, ser aprovado o financiamento que provavelmente vai nos fazer mudar de cidade etc. Ou seja, mais uma vez a rotina vai virar de cabeça para baixo, vou ficar longe de Ouro Preto. O que mais vai me doer, já sei, será a saudade do meu sobrinho Eric, da minha mãe e da minha avó, que já está em idade avançada, apesar de muito bem de saúde, graças a Deus.

Meu irmão do meio, Roger, nós temos um bom contato à nossa maneira. Temos as idades próximas, e fomos criados basicamente da mesma forma, na mesma dinâmica, com nossos pais, avós e tios na mesma página... então apesar da distância que às vezes existe, nos mantemos bem.

Já meu pai e meu irmão mais novo sinto que pelos eventos recentes nos afastamos emocionalmente. Apesar de não haver mais brigas há algum tempo, a energia mudou. Isso me entristece, sim, às vezes, mas tento repetir pra mim mesma que não temos controle sobre as atitudes e escolhas do outro. A vida não é perfeita mesmo. Não adianta fingir que coisas ruins não aconteceram. Não adianta também colocar um filtro sobre tudo, o corpo grita a realidade. Falsear a realidade só camufla o sofrimento, que está lá, sob camadas fracas de maquiagem. Então tudo bem seguir tentando se sentir em paz comigo mesma, tendo feito o que estava ao meu alcance em todas as situações que a vida foi me mostrando no ano passado. Apesar das decepções me mantive forte e, dentro do possível, sã. 

Certas coisas nunca mais serão as mesmas.

Mas no momento, com a mudança de rotina que implica no PH não estar mais comigo no escritório durante os dias, me pegou um pouco mais. Pareço dura, mas ele me dá um apoio físico e emocional que jamais tive com ninguém. Sou muito grata às forças do universo por tê-lo na minha vida. Infelizmente verbalizo pouco isso a ele, mas ele sabe que também estou aqui por ele. Somos um time, e no fundo isso me dá medo também. No meio de tanta decepção vindas de onde eu não imaginava tanto, acabo me sentindo às vezes insegura mesmo com aquelas pessoas que mais confio. Um medo de a qualquer momento ter mais uma surpresa desagradável e um medo de não sobreviver de tristeza.

Então esta ausência dele aqui tem me deixado triste, mas sei que há também um pouco de egoísmo meu, por isso não deixo transparecer. Fico me lembrando dos últimos meses em Paris em que eu ficava muito sozinha em casa, já havia terminado os Projetos que levei. Fiquei muito triste, tive queda de cabelo, as dermatites vinham com força. Tinha perdido meu cachorro recentemente e não pude acompanhar sua fase final. O mesmo do meu avô, estive muito longe e sequer fui ao enterro. Não acompanhei a fase crítica da doença e a perda total da lucidez. Sinto que falhei ali e à distância estava muito mal. Perder entes queridos é algo tão difícil de administrar. Perdas são perdas. Sinto que perdi, em partes, meu pai para a Decepção das escolhas que ele mesmo tomou. E hoje quando olho pra ele, enxergo um abismo enorme entre nós. Assim como meu irmão, que tem mágoas de mim que eu não tenho como corrigir porque tem a ver com meus valores mais íntimos. E eu sou muito fiel a mim mesma, então prefiro aceitar o desejo dele de se afastar do que de deixar ultrapassar limites que pra mim são muito caros. 

Não existe família perfeita. E por muito tempo eu sinto que alimentei que a minha era algo perto disso, mas se for olhar a realidade sempre esteve longe disso. Era um olhar delusional... a verdade é essa. Quase arrogante, inclusive. Mas eu confesso que acreditava piamente nisso... daí hoje em dia detestar a ideia de "fingir que está tudo bem" quando não está.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

"Como vou ser triste se em 2024 eu..."

Não, de fato fui muito triste em 2024 sim! Melhor nem tentar recordar, porque tudo o que tinha pra sentir de tristeza diante das coisas que vivi, já senti. Não foi pouco, não foi simples, não foi bom, não foi.  

Eu gosto tanto de falar que o que mais busco na minha vida desde sempre é PAZ, mas sinto que tanta coisa é colocada diante de mim que me afasta dela... Não sei, a sensação que tenho é que vim ao mundo pro combate, para a batalha, a guerra, mesmo vivendo buscando o contrário.

Por exemplo, por que no provavelmente maior trauma da minha vida e da minha família mais próxima, eu é que tinha de ter descoberto e escancarado tudo? Por que não outra pessoa? Esse peso sempre será meu, mesmo não tendo feito parte do plano sujo. E agora, como fico? A cada dia que passa os sentimentos vão mudando, mas a carga de ter sido a pessoa que descobriu tudo e arrancou as máscaras nunca me deixam em paz. Por outro lado, é muito maior que eu essa pulsão de clarear as coisas. 

Também sinto que tenho ainda muita coisa pra fazer nessa vida, muitos dias de sol e mar pra aproveitar e ser feliz. Porque essa mesma pulsão que tenho por jogar luz em coisas sombrias, eu tenho de ser feliz. Falo sempre que não tenho o menor talento pra ser triste. Tenho certeza que muita coisa bonita me espera ainda na vida, e eu gosto de viver, gosto das pessoas, encho os olhos com pequenas coisas. 

Sei que sou valiosa para algumas pessoas. Em momentos mais frágeis como agora, refletindo, me apego as artes.


quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Carta pra uma amiga

Oiê Rodriany, encontrei com sua mãe essa semana, estava mesmo querendo saber notícias suas. Ela disse que sabia que nos encontraríamos pelas ruas, e que legal que isso de fato aconteceu!

Ela me disse que poderia te mandar um áudio ou escrever uma carta. Achei chique a ideia da carta, hehe, por isso cá estamos.

Como você está se sentindo esses dias? Conversando com sua mãe fiquei feliz por saber que vc está bem. Fique forte aí que estamos torcendo muito por vc, vc sabe! Mesmo atrasado, quero te desejar um feliz aniversário, que esse novo ciclo seja de muita saúde, vibrações positivas, leveza, atividade física, bem estar e paz pra vc. Rodriany, vc merece ser feliz, ter uma vida tranquila e equilibrada e sei que está nesse caminho! 

Pra descontrair deixa eu te contar umas novidades. Não sei se deu tempo de comentar aquele dia na sua casa, mas eu, Ricardo e Edna estávamos querendo retomar o vôlei esse ano. Por motivos óbvios de se movimentar e também de saúde mental, já que esse sempre foi um hábito prazeroso pra nós do qual sentíamos muita falta. Na semana passada, enfim, conseguimos juntar 8 pessoas e marcamos 2 horinhas na quadra do Parque Candeias. Imagina só... agora temos exatamente o dobro da idade de quando jogávamos (que foi inclusive onde conhecemos vc). Então o corpo não é mais o mesmo, o reflexo e a agilidade não são mais como antes. Resultado? Braço todo inchado, técnica pedindo socorro, corpo dolorido etc. Mas também foi uma delíciaaaa! E estamos tentando fazer disso um novo hábito saudável. Ainda estamos com dificuldade de juntar um número certo que complete dois times em um dia e horário. Mas, vamos continuar tentando e vc está mais do que convidada quando puder a se juntar a nós.

Outra coisa, agora não tão boa, mas fazer o quê né? É a vida! Há alguns meses minha família foi chacoalhada por um escândalo digno de programa do Ratinho. Baixaria mesmo, uma vergonha. E fui eu que descobri. Foi bem difícil de lidar, dei uma surtada que não lembro de ter tido outro momento assim na vida (talvez nem os próprios dramas exagerados e intensos adolescentes tenham chegado nesse nível). Pra vc não ficar curiosa demais pq eu também fico e sei que é ruim trata-se de deslealdade e falta de caráter do meu pai envolvendo uma mulher da família dele que tinha bastante convivência com ele, minha mãe, eu e meus irmãos. Foi uma grande tristeza descobrir tudo e lidar com isso. Fiquei com vergonha demais de aceitar que aquela baixaria toda fazia parte da minha família, sabe...! Um golpe duro de compreender... Nunca mais a nossa relação com meu pai foi a mesma, desde então. Sinto que vivi 32 anos com uma pessoa, e de repente essa pessoa não existe mais e que agora entrou em cena uma outra pessoa, que eu não conheço. Enfim, são várias e delicadas questões. Cada um de nós tentando entender como lidar com a realidade de acordo com sua personalidade. 

Te contei um pouco as coisas por aqui justamente porque não tem sido um ano fácil. Definitivamente 2024 não veio leve, veio como um rolo compressor passando por cima da gente sem dó. Imagino que o seu ano também esteja sendo desafiador, mas nós somos capazes de encontrar boas razões para seguir e doses de alegria em pequenas coisas que vão nos dando forças. Espero que vc tenha por aí essas fagulhas de esperança também. Algumas coisas de fato nos derrubam por um momento, mas nossa essência, cada um no seu tempo, é levantar, sacudir a poeira e seguir tendo aprendido alguma coisa disso.

Eu não canso de falar pra todo mundo o quanto vc é doce, inteligente e querida. Essa fase vai virar uma lembrança em breve. Por enquanto é hora de focar na sua saúde e bem estar. Sua mãe me disse que vc está se saindo bem, e eu tenho certeza disso. Sigo torcendo muito por vc de longe, vai ficar tudo bem!!


Bjins, 

da sua amiga de outros tempos, do nosso trio passeando pelas ruas de Ouro Preto domingo a tardinha/noitinha só pra bater papo, do vôlei e de cachoeira. 

Luma

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

pelo que é bom que insiste em me levantar

 Esse fim de semana foi aniversário de 81 anos da minha avó Gracinha. Fomos para BH comemorar com algumas pessoas da família, foi muito bom. Eu amo muito esses momentos. Eles me dão força e me sustentam. Fico muito triste com o rompimento da minha família mais próxima, mas ao mesmo tempo tenho pessoas queridas que me ajudam a não perder de vez a esperança na família. Tive minha avó Lica que sempre cuidou de mim e meus irmãos. Tenho precisado me esforçar pra me apegar aos pontos positivos que tenho e tive oportunidade na vida, no que tange às pessoas, ao acolhimento e à consideração. Essa última que tanto falo e que me é tão importante.

Minha família teve um elo rompido. Estamos tentando manter os outros, mas está difícil. Cada um está tendo de lidar com o trauma à sua maneira e isso acaba respingando nas relações que temos separadamente. Fora os outros problemas da vida, que já precisamos lidar.


Nunca me senti tão perdida como me sinto agora.


Tenho tentado me apegar à parte boa. Está difícil, mas aquele feixe de luz dentro de mim insiste... eu nasci pra ser alegre, pra ser feliz, pra rir.

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Carta pra minha mãe

Mãe, por mais difícil que esteja sendo esse furacão que estamos vivendo, eu acho que é uma guinada importante também. O universo, Deus escolheu mostrar pra nós a verdade porque com certeza estaríamos preparados pra ela. E a verdade ilumina. Nós temos uns aos outros, mesmo sabendo que um trauma toca em cada um de um jeito diferente. Nós vamos superar isso, eu tenho certeza. Daqui a um tempo vai ser só uma fase difícil que vamos lembrar. Sei que agora está ruim, mas a gente vai conseguir achar maneiras de lidar com esses sentimentos difíceis. 

Vc é alegre e divertida, sem contar todas as características de caráter que sempre repetimos: honesta, leal, compreensiva, tem auto consciência, empatia, ou seja, você tem uma inteligência emocional diferenciada. Ainda bem que é a minha mãe: Ufa, rs. 

Então quando olhar no espelho lembra dessas características aí, e lembra que nós não somos o que fizeram com a gente, somos o que fazemos com o que fizeram com a gente. 

Mas você não tem que ser uma fortaleza sempre. Já somos todos adultos e vamos conseguir lidar com tudo, um dia após o outro, um passo de cada vez. É claro que cada um precisa estabelecer seus limites, que você encontre quais são os seus limites e não deixe ninguém ultrapassar. Isso é muito importante e às vezes a gente PRECISA pensar mais em nós mesmos, porque só a gente sabe o que se passa dentro. 

Ninguém é feliz o tempo todo, todo mundo passa por fases difíceis, mas também depois da tempestade uma hora vem o sol brilhar. Beijos, te amo infinitamente.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

A trilha sonora de Dressmaker embalou esse texto. Semana difícil, novas perspectivas.

1.  ver a dor de alguém que me atravessou, acolher, me preocupar com esse efeito tão imediato... o inconsciente não mente, ele fica realmente escondido por um tempo, mas uma hora os fatos são escancarados. 

2. a vida é um sopro. a morte de uma pessoa que eu acompanhava todos os dias e que me transmitia uma energia boa. reflexões sobre estar em um momento e logo depois, não estar mais.

3. sempre encontro na arte um refúgio. música, filme, livros. é o que sempre me salva do fundo do poço.

4. aceitando que não sou mesmo prioridade, e deixando ir, junto com a admiração e o respeito. aceitando que o que sobra é a indiferença e uma grande ausência.

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Essa semana foi densa. Apesar dos acontecimentos tristes, me sinto um pouco melhor, mais conformada. 

Meu irmão estava em um relacionamento conturbado, tóxico, reproduzindo atitudes do meu pai. O que mais temíamos estava acontecendo debaixo do nosso nariz. De ambos os lados havia problemas, mas sabemos que para a mulher que está nesse lugar é sempre pior. Ela me procurou e eu a acolhi, porque já passei por isso e não deixaria ela sair sem esse acolhimento de uma outra mulher que viveu e vive um pesadelo relacionado a esse abuso psicológico e abandono. O relacionamento deles ia mal, com atitudes tóxicas de ambos os lados, e no fim ela foi traída e ficou aos pedaços. Queria uma explicação, queria ser ouvida, queria ser vista, ficou desesperada, triste, destruída. Eu compreendi tudo isso, passei por isso não uma vez, mas 2 (talvez 3) vezes na vida. Não aceito que ela fosse tirada de louca. 

Mas meu irmão tem 23 anos, estamos passando por esse turbilhão em casa. Ele precisa ouvir desaprovação das suas atitudes, ou então tem grandes chances de se tornar parecido com meu pai no futuro próximo... Enfim, eu espero que ela consiga juntar seus cacos, que se apegue a alguma coisa a dê forças, mas eu sei que é difícil e ninguém consegue fazer essa dor passar, a não ela mesma, com o tempo. E o quanto ficamos inconformadas, com raiva, com dor, despedaçadas...é um trauma (ou mais um) de abandono.

A essa altura consigo compreender que o feminismo não me faz privilegiar o olhar das mulheres nas situações. Mas, me faz enxergá-las com empatia. Coisa que sem o feminismo ninguém faz naturalmente. Uma mulher próxima à família nos fez muito mal recentemente. Isso não é uma falha da matriz do feminismo, é só questão de caráter claramente, inclusive dado o histórico dela. Mas as outras mulheres em volta afetadas e também a ex namorada do meu irmão merecem empatia, merecem um olhar cuidadoso, de acolhimento e respeito. Seguimos! A vida é isso... os baques, os balanços, os famosos pratinhos sendo (alguns) equilibrados no ar.

A morte de uma influenciadora que escolheu romantizar a própria vida em Ouro Preto foi um outro baque dessa semana. Ela sofria perseguição de gente rica e poderosa na cidade, havia uma campanha ferrenha de difamação agindo em cima dela, e ela sempre expunha em seu instagram, não era segredo pra nenhum de seus seguidores. E mesmo assim ela insistia em viver e ver beleza nas pequenas coisas do dia a dia dela morando nessa cidade inspiradora e misteriosa que é OP. Foi um acontecimento marcante, que assustou muita gente, me incluindo. Está acontecendo uma investigação, mas por envolver gente importante politicamente tenho minhas dúvidas se haverá justiça. Ficou um vazio, mesmo sem a conhecer pessoalmente, uma tristeza que não tem muita explicação... Mas a mensagem dela de romantizar a vida que vc tem é muito forte, sem deixar de lutar, sem deixar de ter coragem pra buscar o que é certo. Ainda custo a acreditar que aconteceu algo assim com alguém que amava tanto a vida, alguém de quem eu via sempre as pessoas falando bem. É realmente assustador.

Essa semana eu vi uma frase na internet que diz:
"Nada mais libertador que aceitar a realidade: EU SOU SUBSTITUÍVEL. Todo mundo vai sobreviver sem mim, menos eu. Então, quando eu penso em diminuir para encaixar, me lembro: 'Vai, bobona, se sacrifica mesmo, se deixa em quinto plano, na missa de sétimo dia já vão estar com dificuldade até de chorar'. Com um mês, um ano, dois, todo mundo já se refez e vc nem pra adubo vai servir mais."

Achei um chacoalho super potente, a dura realidade, mas também é uma grande e bela LIBERTAÇÃO esse pensamento. Ficou ecoando na minha cabeça, porque passei por dias muito difíceis, sinto que muita gente precisa de um chacoalho desses. 

Por isso, mais do que nunca decidi me apegar às coisas, hábitos e hobbies que me fazem bem, me trazem paz e me reconectam comigo mesma. É a arte... ler, escrever, ouvir música, ir ao teatro, ir a shows, assistir um filme. Essas coisas sempre me salvaram e me lembram de como eu amo viver e amo ser responsável, empática e atenta às pessoas a minha volta. Descartar ou ignorar aqueles que não me querem da mesma forma. Isso é aprender a viver com inteligencia emocional. Não acho que eu já tenha conquistado isso, mas me sinto mais próxima de algo assim em alguns âmbitos da vida. E isso não tem preço! Isso é saber realmente viver. Parar um pouco, se reencontrar, voltar seu olhar pra dentro de você. E aos poucos voltar a se abrir para o mundo, com mais cautela e atenção. Com mais auto cuidado e auto proteção.

Deixar ir alguém que foi muito importante na sua vida. Mesmo que não seja uma pessoa fácil de descartar, deixar ir a minha expectativa, ou, a imagem que eu fiz dessa pessoa. Sempre bom quando as coisas são realinhadas pela vida. A realidade insiste em aparecer, uma hora a gente precisa deixar ela entrar, iluminar e arejar a sala. Muita coisa melhora a partir daí, ainda que no começo seja tão difícil de enxergar, porque nos acostumamos a algumas sombras. Mas é uma oportunidade que a vida está dando, e devemos abrir espaço pra novas sensações. Quer sentido mais bonito de recomeço que o nascimento de uma criança? E nós fomos agraciados com o pequeno Eric, mais uma vez as forças do universo dão um jeito de reacomodar as coisas, fazer uma faxina e arejar a vida. 

 "All settle then - Dressmaker Soundtracker " é o que estou ouvindo enquanto escrevo essa parte.

Me sinto mais otimista.