quarta-feira, 22 de setembro de 2021

em Ribeirão Preto - relato

 A cada dia uma nova batalha contra pensamentos ruins sobre mim mesma. Sobre minha história, meu caminho até aqui, e daqui para frente. Meu instinto tem sido, há meses, tentar não ser tão cruel comigo mesma, em pensamento. Tenho o hábito de me culpar por muita coisa. Abaixar a cabeça, entender o quão privilegiada sou e como eu posso não estar prosperando como todos em volta. Mesmo tendo um projeto em mente. Mesmo tentando seguir um caminho claro, simples de ser compreendido, mas não exatamente o esperado pelas pessoas que tenho a minha volta. E é por isso que todos os dias é uma batalha. Às vezes fica pesado demais e acabo cedendo e caio na ideia de "por que não aceito qualquer trabalho logo e paro meus planos de abrir meu próprio escritório?". Daí me lembro que não quero ser a pessoa que fica 3, 6 meses em um trabalho e largue, logo em seguida. Adiar meus planos alguns meses para juntar dinheiro para o meu negócio não me parece algo ruim olhando por certo ângulo. E talvez ir por este caminho me faça fortalecer meus planos futuros. Adiar por alguns meses, formar um capital de giro, para depois retornar. Esse plano B me ajudaria também a me culpar menos.


A pensar

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Hoje não está sendo fácil

 Já ando mal há alguns dias. Às segundas-feiras torço para chegar quinta-feira logo. Os finais de semana aliviam um pouco a minha culpa. Os outros dias finjo não me sentir culpada. Finjo não me sentir uma inútil. Tem dias que não consigo sustentar a mentira de não ser uma pessoa que passa há anos por uma "fase" ruim. Já são quase 30 anos, fui cumprindo as etapas que eram esperadas. Me formei, mas parei. Parei de cumprir etapas. Em terapia pude enxergar que trabalhar para uma empresa não é o único objetivo de uma pessoa. Mas há dias em que essa história deixa um pouco de fazer sentido. Daí lembro que se quero ser minha própria chefe preciso trilhar este caminho, consistentemente. Então, penso que deveria criar um perfil profissional nas redes sociais, e aí todas as minhas inseguranças voltam e tomam conta. Me paraliso. Não é simples, definitivamente, agir pra me expor. Não consigo ainda. E isso acaba por contribuir mais para meu estado de sentimento de estar paralisada. Sinto que fiz alguns avanços em me sentir segura, conseguir começar a me posicionar. Estabelecer algumas regras. Mas em outros aspectos me sinto longe de conseguir avançar. Minha sensação é de que preciso ter um tutor. Alguém que me ensine, que faça comigo, alguém que faça comigo. Sempre tive bons professores e sempre precisei muito deles. Há momentos na vida em que infelizmente não podemos contar que um professor vai nos guiar. Triste constatação da vida adulta.

Comecei a escrever este texto muito, muito triste. Meu objetivo era escrever uma carta aos meus pais, aos meus irmãos, namorado, tios e tias, avós (inclusive a minha vó Lica) simplesmente pedindo desculpas pelo que eu sou ou me tornei. Uma pessoa inútil, com temperamento forte, cheia de opinião pra dar, mas profissionalmente apagada. Desculpem por terem apostado em mim, parece que não tinha como dar errado né? Nisso eu pude surpreendê-los. Vocês acreditam em mim, mas na verdade eu sou uma impostora. Me sinto triste em me tratar assim, mas estou um pouco cansada de me enganar, e de acreditar na mentira de que eu sou inteligente e especial. Tenho pessoas tão bondosas, queridas e que acreditam tanto em mim a minha volta e infelizmente acho que não as mereço. Sou um desperdício. Me entristece falar assim, mas eu preciso aguentar umas verdades.

Que saudades da minha avó. Desculpa, vó. Só queria dar certo.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Texto difícil

Os últimos textos aqui escritos por mim foram duros de viver, mas foram um grande alívio escrevê-los. Essa ferramenta me ajuda há muitos anos, desde que me entendo por gente, a entender meus sentimentos. Ainda que não os entenda completamente, esses minutos me ajudam a organizar os pensamentos, e geralmente são escritos no meio do turbilhão. 

Meu pai é uma figura muito presente na minha formação enquanto pessoa. É complexo pensar o quão me afeta tudo relacionado a ele. Preciso voltar para a terapia. E neste texto quero falar do outro lado da nossa relação, que é lado da conexão. Da parceria, do amor. A nossa ligação é muito forte. Às vezes nos distanciamos muito, como já descrevi muito aqui, principalmente nos últimos textos. Mas, nós dois nos entendemos também muito bem, e eu fico muito triste (como estou agora, com o rosto encharcado) quando vejo que ele está sendo destratado ou diminuído ou ignorado. E é exatamente assim que estou percebendo que ele está sendo tratado, descartado por uma empresa sem nenhuma consideração em explicar os porquês (pelo menos dentro do que eu sei). Eu já me senti assim, sei como é ruim, a gente se abala, mas meu pai, em sua vida profissional tem vivido isso repetidas vezes nos últimos tempos. Hoje escutei a voz dele em uma conversa por telefone com minha mãe, tão abatido, que meu mundo começou a cair e aqui estou, segurando tanto o choro baixinho que chega a doer a garganta. Faço tudo o que posso pra ajudá-lo em coisas tecnológicas que minha geração domina mais que a dele, mas quando, como hoje, coisas ruins acontecem no trabalho, eu sinto sempre que poderia ter feito mais. Eu deveria ter feito mais. Tenho a noção de que não é minha culpa, mas é como eu me sinto. É forte, parece que foi comigo o golpe. Não sei descrever mais... Sei que os filhos não são obrigados a se conectarem com os pais, caso essa relação gere mais desgaste e culpa do que amparo, compreensão. Com meu pai tenho mais dificuldade de lidar com tais fatos, na prática. Preciso de muita terapia ainda...

Minha carreira profissional praticamente não existe no atual momento, sou uma secretaria da minha família, faço o que posso para ser útil para eles, mas meu lado profissional de ser remunerada está estagnado, pelo menos na carreira que escolhi me graduar. Não tenho um trabalho fixo, atuo como autônoma, mas não me dedico como poderia na prospecção de clientes ou na visibilidade e divulgação do meu trabalho. Mas eu já sigo trabalhando isso há alguns anos na minha cabeça, sei da minha dificuldade em trabalhar para terceiros com quem eu não tenha relações fortes a longo prazo. Sei de muitas limitações, e de problemas da minha personalidade, também sei de algumas potencialidades que tenho. Sei como é difícil viver... Percebo nitidamente a complexidade da vida. E por isso a respeito e respeito os processos que nos são colocados.

Mas, meu pai... eu não sei muito bem dizer, mas sinto como se +/- desde que minha avó se foi, ele não conseguiu mais se encontrar profissionalmente em uma empresa (e não só nesse sentido...). E isso o afeta muito, vejo tristeza. E talvez isso o faça, muitas vezes, descontar em pessoas e situações que não tem a ver com a real causa. Vejo uma personalidade complicada, com muito narcisismo e pouca empatia realmente, principalmente no tratamento com as pessoas, incluindo nós, familiares mais próximos.

Fico muito triste em ver como ele fica em situações como a de hoje, em que foi despedido do trabalho há 3 meses de ter começado. E o sinto perdido, no meio de tudo isso. Mas sinto que em família ele é feliz, quando não está com os fantasmas da insegurança e do ego o assombrando. Queria tanto que ele fizesse terapia, pra que pudesse ser realmente feliz, ter mais leveza e para que pudesse potencializar os pontos positivos que ele tem (que são muitos) e enxergar realmente os seus fantasmas aprendendo a lidar com eles.

Meu pai é extremamente inteligente, espontâneo, trabalhador, prestativo, de boa vontade, amigo, parceiro, um pai dedicado, animado. TUDO o que solicitamos ele vai tentar viabilizar, principalmente se aquilo estiver diretamente ligado a ele. Ali, agora, ele é pronto a ajudar. A resolver. 

Todas as leituras, os juízos de valor que aqui descrevo são logicamente meu olhar enquanto alguém com uma forte ligação e convívio com ele, mas ainda assim é o meu ponto de vista baseado nas minhas vivências e coisas que chegam até mim, por outras pessoas. Tudo isso poderia ser compreendido muito mais a fundo e mais real se ELE aceitasse que não somos perfeitos, jamais seremos mas que muita coisa conseguimos trabalhar em nós mesmos, a fim de termos uma vida mais saudável conosco mesmos e com os outros, com quem lidamos. Tanto os mais próximos quanto qualquer outro. Nos responsabilizar realmente pelo nosso jeito, nossa personalidade que muitas vezes é tóxica e não queremos enxergar...

Eu o amo do fundo da minha alma. E acho que ele poderia brilhar tanto e ser tão feliz, mas também fico devastada quando coisas ruins o acontecem. E quando noto as pessoas a sua volta não o reconhecendo, ou agindo com maldade, falsidade, até conseguirem deixá-lo verdadeiramente chateado. Hoje é um desses dias que meu mundo caiu. Preciso ser forte, não é sobre mim, não serei egoísta. Mas hoje eu desabei, mesmo.

domingo, 30 de maio de 2021

30 de maio de 2021 = mesmo motivo, ou seja, motivo nenhum. Tristeza

 Reações desproporcionais, sentimento de impotência.

Tenho sentido meu psicológico abalado com tudo isso, embora eu tente ao máximo sempre me proteger, me blindar. Parei com a terapia por sentir que estava bem, mas o que só passou a ser pauta nos finais das minhas últimas sessões por não ser "problema meu" está virando meu, de fato, ultimamente. 

Estar no meio de algo irracional, sentir sofrimento da minha mãe, que cede sozinha, está me fazendo perder o ar, chorar em silêncio aqueles choros que ardem a garganta pra manter o caráter silencioso.

Impossível não se afetar se você convive com ambos. Me sinto triste, sinto que a vida é injusta com minha mãe. Odeio assistir sem poder fazer nada.

Ela NÃO É PERFEITA. Ela tem falhas, como todos nós. Mas neste quesito, é injustificável. É uma tortura gratuita. Ele definitivamente não demonstra nada de bom pra ela. Queria muito estar errada nisso tudo, queria que ele buscasse ajuda psicológica, queria que se abrisse de qualquer maneira com alguém que pudesse nos instruir do que fazer. 

Cansei de procurar motivos pelo celular dele, que o façam projetar seu caráter em atitudes dela. Cansei de encontrar. SEMPRE que procurei, achei muito mais do que gostaria. 

Eu pensei que conseguiria colocar cada relação em gavetas separadas, e acessar os sentimentos de cada gaveta, separadamente. Alguns sentimentos, tentei arquivar pra não acessar nunca mais. Mas estou percebendo que não é possível ou é pior e o dano a meu psicológico está se manisfestando. 

Até quando a mesma briga sem motivo? A mesma tortura psicológica? Que vida de merda.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

sobre ser livre e ter paz. o contrário disso é o fim

Semana difícil

Atmosfera estranha

Clima incerto

Mesmos motivos, meu sentimento é que estamos cada vez mais próximos do fim.

Minha maior vontade mais do que nunca: meu pai fazer uma terapia séria e comprometida e abandonar amizades tóxicas.

Minha mãe segue infeliz, com saúde comprometida por questões psicológicas, pressão, tensão, medo. E eu entendo que agressão verbal e abuso psicológico é muito grave. E o pior é ter a consciência dos meus limites, enquanto alguém que está fora. Sei que as decisões precisam partir dela. Eu, no fim, só queria vê-los tendo um relacionamento saudável. Vivendo uma vida feliz, leve, tranquila. Juntos ou separados. 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Uma nova Luma: quase nos 30

Lista de preconceitos, que estão sendo trabalhados para serem VENCIDOS:

- Empreender

- Cursos pagos

-- Mundo business






quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

dia 13, 3 meses após

Agora senti necessidade de escrever aqui, pensei na terapia, algo que tem me ocorrido falar sobre nos últimos tempos. Então olhei a data da última postagem: 13 de outubro de 2020. e hoje: 13 de janeiro de 2121. Estou lidando com uma mudança de Psicóloga, o que na primeira impressão e contato com a nova profissional, não me agradou muito. Mas vamos deixar o tempo dizer.

Ocorre que a vontade de escrever agora não me veio só para comentar sobre isto, até porque a terapia me abre muitos caminhos de reflexões que poderiam ser escritas aqui. Estou aqui porque neste momento meus pais estão em (mais uma) discussão sobre o casamento, pelo mesmo motivo de muitas outras vezes, sempre com os mesmos sujeitos envolvidos. O ciúme doentio do meu pai por pessoas do trabalho da minha mãe. É uma posse a níveis estratosféricos... algo que assusta. E me assusta também a insistência da minha mãe em se manter com alguém que não melhora 1%, que não revê, nunca... E ela sempre se exalta, sempre se desgasta, sempre parece que vai ter um infarto. E carrega "sequelas" dessa tensão no dia-a-dia. Já me envolvi, já briguei junto, já fiz tudo o que eu podia pra eles saberem que eu e meus irmãos só queremos que eles fiquem em paz, seja juntos ou separados. Isso porque nada compra a paz da gente. A cabeça tranquila, ainda que com os problemas do dia-a-dia. Nada que tire a nossa paz vale a pena. Isso já me fez mal por tabela, já me fez chorar, já me fez perder o sono. Mas, eu entendi que existe um limite, a partir do qual, eu não posso controlar. Mesmo que eu ultrapasse ele limite, o que já fiz inúmeras vezes, eu não consigo resolver porque a relação é entre eles. E eles precisam chegar a conclusões. Seja de concordarem em ceder e trabalhar nisso juntos e também cada um em si. Ou então, se não puderem ceder, seguirem seus caminhos, sem se auto destruir. A meu ver, de filha que ama sua mãe e seu pai, a relação deles se tornou tóxica. Tanto de um lado quanto de outro, porque, apesar de eu achar o comportamento do meu pai em relação a minha mãe como MULHER híper nocivo, tenho consciencia (por experiencia propria) que aprendemos com o tóxico a sermos tóxicos de volta. Como uma defesa? Sim, eu acredito que seja uma forma de entrar nesse jogo. 
O que percebo é que meu pai segue querendo que minha mãe seja alguém que, se um dia ela foi ,há muito tempo ela não é mais. E ele está preso a um tempo que não existe mais. Minha mãe, por outro lado, quer ser quem ela é. E o que ela é não fere princípio nenhum do respeito entre eles. 
Ao contrário do que meu pai é, e isso sim fere (e muito) o respeito entre eles. Fatos antigos e recentes comprovam que, se tem alguém que se esperaria uma cobrança seria minha mãe sobre meu pai. Coisas pesadas e altamente desrespeitosas aconteceram e no entanto é o contrário... Enfim, quanto mais fato sobre isso, mais isso me afeta, coisa que eu estava tentando trabalhar em meu psicológico a não fazer. 

Vou até meu irmão agora, ver o que ele está pensando sobre tudo isso.