DIA 1. Start
Eu queria
ser capaz de escrever uma carta a mim mesma que tivesse o poder de me fazer
agir da maneira condizente ao que enxergo (ou penso enxergar) em minhas
atitudes e que não são inteligentes, muito menos maduras.
Pensando
novamente, talvez o que eu queira mesmo seja escrever para você, e neste fazer,
descobrir formas efetivas de lidar com o que tanto me incomoda, e até
esclarecer qual é a raiz dessa insegurança.
Não sei se
vou te entregar isto, então fica aqui o mistério do que vai se tornar esse
escrito.
Eu sempre me
considerei insegura, ciumenta. No entanto, minhas relações anteriores nunca
foram esclarecidas, e por isso talvez eu compreendesse melhor o ciúme e a insegurança
à aquela época da minha vida. Nesse sentido, em uma relação estabelecida, clara
e sem fatores que dependam da festa, do dia, do humor, seria de uma lógica
esperar que estes sentimentos se enfraquecessem, ou quem sabe, tenderiam a
zero.
Não. Eles
foram elevados à potência log, estão mais presentes que nunca, e me sinto muito
perturbada por eles. Não os quero sentir. Queria não me importar. Eu queria.
Ilusão, o
sentimento de posse, ilusão pensar que uma relação precisa se manter, que as pessoas não mudam e não desejam outras relações com outras pessoas.
Posso falar
por mim, e me sinto imediatista e impulsiva. Para mim, o agora tem muita importância. Aos poucos me distanciei da fé no
futuro e na eternidade, mesmo que ainda me considere crente destes caminhos e
me sinta uma Espírita. O tempo passou, deixei no passado marcas de uma relação
que me fez muito mal, mas que quando terminou de verdade, após o sofrimento
tive a oportunidade de me sentir viva e de ter a sensação real de ter aprendido
- como dizem que os adultos aprendem com as experiências - . Depois o tempo
passou mais ainda e as outras experiências, por serem outras, logo, diferentes,
me apareceram de maneira que jamais imaginei em toda minha vida, em qualquer
devaneio acerca das nossas jornadas. Veio
você. E todo o seu mundo junto: as pessoas, os gostos, as manias, as
comidas que tenho pavor e que você adora, o carinho, a forma de fazer sexo
(onde tanto nos encaixamos bem). Eu me apaixonei pelo conjunto e levamos os
pacotes um do outro inteiros: partes legais e partes nem tanto (ruins mesmo).
Inclusive o jeito de enxergar a existência, as relações, tudo bastante distante, mas resolvemos encarar.
Hoje o
relacionamento evoluiu, enfrentamos alguns movimentos de terra das nossas
bases, mas nos fortalecemos. Estamos crescendo juntos, estamos mudando juntos.
Mudamos.
Me senti
ameaçada quando fui pra sua cidade e descobri que pairava no ar algo entre você
e uma menina. Minhas suspeitas se confirmaram e fiquei muito, muito triste. Não
sei se superei isso. Não superei, sei sim. Hoje não confio mais em você, não
acredito mais quando sai sem mim. Me tornei uma louca quando certas pessoas
estão por perto. Não relaxo, estou cega e provavelmente crio e aumento boa
parte das (senão todas as) situações que acabam gerando conflitos.
Não
idealizei. E posso estar indo pro extremo (e perigoso) oposto disso. Mas, não
quero e é por isso que aqui estou, pra me tratar. Purificar meus pensamentos e
acalmar meu coração. Estou buscando leveza. Aquela que tinha no início do nosso
namoro aquele sorriso calmo e bobo. Quero voltar àquela Luma. Parar de gritar
os defeitos das pessoas de quem sinto mais ciúmes e fazem expandir minha
insegurança.
Como, eu vou
aprender.
"Só quem ama os pássaros sabe
compreender que eles cantam ao mundo com alegria e beleza quando estão soltos
na natureza..."
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