terça-feira, 30 de julho de 2013

La Azotea del Amor de Ouro Preto

nem sei por onde começar.

inicio colocando pra tocar Louis Armstrong e Ella Fitzgerald no Rdio e começo a tentar me lembrar daquele sábado, naquele terraço, o fim de tarde, a energia inexplicável (puff, a mesma sensação de momento eternizado nas duas igrejas, sob a chuva e contexto diferente de outrora), o frio, o sofá me abraçando. Ele também...

ai, como foi bom!

Pensei no dia 27 muito tempo antes dele (enfim) chegar. Tentei não criar esperanças nem ficar com medo de me sentir envergonhada. Pensei em presente, escrevi carta... acompanhei cada movimentação, estava ansiosa e tentava esconder isso de mim mesma. A semana que antecedeu o esperado dia foi feliz, daqueles momentos que sente que tem um par e se sente inserida no mundo apaixonado. Sem mais relutar (!). A consciência ia tranquila... fui honesta, ele estava me mostrando que também queria estar daquela forma como estávamos.

O sábado chegou. Depois de uma tumultuada sexta-feira a noite/madrugada. O sábado. .. Mas, estava sim envergonhada de chegar sozinha com seus pais e amigos mais queridos presentes. Liguei para um amigo que aceitou me acompanhar (linda, a amizade...). 15 horas, ainda não havia saído de casa. Meu amigo avisa que me encontraria às cinco, pra mim, ok. Eu estava pronta desde as duas. Cinco horas mais alguns minutos, ele chega, nós seguimos, passamos em duas casas, ele tem alguns problemas no trabalho e divide comigo (acho que isso o alivia e me faz ficar menos nervosa também). O dia começa a ir embora e nós ainda não chegamos lá. Ele já havia me enviado uma sms dizendo que perderia o almoço, fico feliz porque ele  demonstra que me quer lá (santa insegurança, essa minha). Eu e meu amigo enfim chegamos!!! Todos parecem já um pouco alterados, o vinho está acabando. Me apresento a todos, família, amigos, todos simpáticos. O terraço está mais bonito que nunca e isso me impressiona, me tira o fôlego por alguns instantes. A partir daí, meu amigo que estava preocupado com os problemas pára também e sente alguma coisa, segundo ele mesmo diz: nossa, é verdade, tinha me esquecido que a vida é boa. Isso me faz cantar de alegria por dentro. 1 por vê-lo assim, melhor, 2 porque era exatamente o que eu senti. E digo mais, a partir daí senti que aquele era exatamente o lugar em que eu deveria estar. Nenhum outro lugar desse mundo se encaixava mais em mim que aquele terraço com aquelas pessoas...

Era um cariño, um amparo, um aconchego que me faz abrir um sorriso    l a r g o    e uma vontade de voltar o tempo 4 dias. Suspiro, suspiro. Ele queria pertinho,  eu o queria. O colchão no terraço, ele se jogando no meu colo pra tirar a foto que a irmã havia chamado. Depois ele chamando pra sentarmos os dois no sofá que leva a gente pro fundo e abraça, enrolados pelas mãos, pernas e cobertor. Vez ou outra ele repousa a cabeça em mim, eu muito mais fria tento corresponder à minha maneira, atrapalhada. Depois, em um outro momento, ele me diz que vai dar um presente e me chama pra acompanhá-lo. Eu definifitivamente não disfarço minha satisfação e logo levanto do sofá e sigo até seu quarto. Da estante, ele retira um livro e me entrega. Parece-me que foi adquirido em um sebo. Mais poético que esse momento, impossível pra minha compreensão. É um livro de 1972 de Walter Gropius, sobre a nova arquitetura da Bauhaus. Fico muito surpresa inclusive pelo conteúdo do livro. É sim de algum estudante de arquitetura, não podia ser de um quase jornalista. Na verdade, podia sim.... se esse quase jornalista for ele, poderia sim ser. (...)Retornamos ao terraço, onde fico e vez ou outra muda minha companhia de sofá, ficou ali por bastante tempo a sua mãe, agradável, gostei fácil fácil. O pai é muito espomtâneo, característica que sempre foi do meu grado. A irmã parece ter um bom coração. Os amigos, uns docesssss. Gente fácil de gostar. Tudo era incrível porque em momento algum houve esse tipo de expectativa!

E assim foi se passando meu sábado mágico no terraço mais bonito da cidade....
E assim foi se eternizando mais esse momento nas minhas memórias de que existe mágica sim. E que é bonito demais poder sentí-la vez ou outra. Uma gratidão à vida, ao universo. A todo o mistério, que com certeza: sempre há de pintar por aí.


 









de música:

stars fell on alabama, interpretação de louis & ella

quinta-feira, 18 de julho de 2013

refletir -

 “(...) cada lugar se comunica instantaneamente com todos os outros, não experimentamos um pouco de isolamento a não ser no trajeto de um para o outro, isto é, quando não estamos em lugar nenhum (...)” Ítalo Calvino


“Existo com mais intensidade nos lugares que um dia resolvi desabitar em mim” Olga

“Tem mais presença em mim o que me falta” Manoel de Barros




                                                                   meu lugar é o meu quarto, só meu, todo eu

sábado, 13 de julho de 2013

(des)pedida

"Nem bem um ano que nos conhecemos; por mais banal que possa parecer, pra mim já te encontrei  antes. Que isso seja interpretado da maneira como for, física ou espiritualmente, ou nada disso. O mistério que te cabe me faz querer aproximar pra escutar o que vier de você. Às vezes, te acho cruel. Às vezes, te vejo um libertário. Às vezes só te vejo... te olho. E caio na ideia de imensidão de mundo, fico imaginando os caminhos que já percorreu e aí lembro o tamanho da vida diante de nós. A gente busca mundo afora formas de tentar compreender as pessoas incluindo nós mesmos. Será que é isso? Não sei... mas por mim, valeu.

Cariño... coração latinoamericano de olhar europeu, que bom ter conhecido você! Obrigada pela proza, pelos chás, pelo aconchego... Sabe de uma coisa? Escutar a música do Belchior só me faz lembrar você! Mesmo que saia dos 25, vou continuar lembrando. Haha :)


um beijo, 
"

domingo, 7 de julho de 2013

Cheers

Vá embora, España.


Deja-me sola como siempre me fue... no solo hoy: no solo ahora.
Tu es del mundo, no quiero cambiarte
Mismo porqué a mi me gusta esto su manera
Tan solo...
Siento me libre también, 
Y quando al destino se parece bien
nosotros nos encontramos en algun lugar
pués... 
Sé que tu no es de acordo con esta idea
pero así es la única manera
de soñar y imaginar nuestro encuentro en esta vida
a sus veinte cinco años, 
a mi veinte/ vente uno años de edad. 

Lo que sé es que a mi me gustas tu, España!

Te dejo al viento
Atiro al viento junto mi corazón 
a mil pedazos...

hasta que ello se recupere algun día
temprano o tarde,



lembranza de una taza que usted me ha dejado usar... solo por un día. ayer

                                                                             Granada

segunda-feira, 1 de julho de 2013

não existe consenso -sejamos honestos, por uma vez.



Dizem que a vida é feita de fases. Particularmente, acho que essa denominação subestima a vida. Prefiro pensar que nós somos feitos de pensamentos que buscam fazer algum sentido. Os sentidos nem sempre não os mesmos, depende da experiência que cada um adquire dia após dia. Assim constroi-se a vida. Única... demanda tempo, reflexão, vontade de tentar de novo muitas e muitas vezes.

Hoje, início de julho do ano de 2013 notei que estou exausta da atual situação do país. O Brasil que acordou em protestos, sabe-se lá desde quando, ou até quando. Cansei de deslegitimar o que cada um acredita. Decidi respeitar as experiências de cada um. Se assim está acontecendo, assim está certo, disse mais ou menos assim Fernando Pessoa. No entanto, é mais do que esse determinismo... é uma mistura de cansaço por tentar entender, compreender que não é possível entender tudo agora, descrença com o sistema que se tem, dúvidas de como seguir em frente. O socialismo é lindo, mas o homem que experimenta o brilho do capital jamais desejará voltar ao sistema igualitário. Por outro lado, o socialismo também afasta algumas questões de liberdade; que em essência não deveria, mas na prática existem condicionamentos que devem ser considerados. Faz parte de jogar limpo. O capitalismo destroi, segrega, cega, aliena... mas ao mesmo tempo assegura a ilusão do capital, da liberdade, da democracia... e nós, humanos, adoramos ilusões; principalmente se ela está mais ligada ao indivíduo que à sociedade à qual está inserido. Faz parte da ilusão!

Às ruas há gente de todo tipo, isso é belo sim em muitos sentidos. Não tenho argumentos pra desmerecer o cidadão que vai, com um mínimo de brilho nos olhos em busca de justiça, cidadania... cobrar nada além do que lhe é direito e deveria ser garantido pelo estado. Por outro lado, a fúria da democracia nos mantém acostumados ao caos. A discordância vira rotina e, mesmo nas mais perfeitas das situações, uma coisa é certa: somos guiados a aceitar a falta de paz dos dias. E os dias já tem falta de sossego por si só! Desmistificando um pouco esse romance, a realidade é que o que se tenta chamar de democracia são duelos travados por opiniões engessadas, partes nada dispostas a ceder. O país não é mais o mesmo e não sei até que ponto saberemos lidar com isso sem radicalizar e acabar com o pouco de estabilidade emocional que aprendemos a cultivar durante anos em uma nação sem guerras.

Encho-me de orgulho ao ver pessoas de brilho no olhar. Só de imaginar, fico sem ar com tamanha beleza. Não quero vê-las perdendo a esperança. Como aquele seu filho que acredita que existe a fada, ele vai dormir e você coloca uma moeda debaixo do seu travesseiro. Ele acorda com um brilho nas pupilas que dá gosto de ver, e você pensa: - Seria cruel demais arrancar essa sensação dele, assim como essa minha ao vê-lo legitimamente feliz assim. O cerne não é mentira. 

Estou  hoje cansada de ver brigas, ofensas. Às vezes é necessário parar, mesmo que por um tempo, pra ver as coisas por outro ângulo. Tirar o ZOOM...


Gostaria de viver pra assistir às pessoas de brilho nos olhos conquistarem seus anseios. Queria ver as minorias respeitadas, tendo uma vida de paz, sem precisarem esbravejar o que lhe é direito... quem sabe um sistema mais humanitário? Quem sabe um estado contagiado por esse momento efervescente. Quem sabe? O que sei é que minha vida, a partir das minhas experiências pede por esse tempo agora. Mas, continuo torcendo. Força na caminhada, Brasil. Força, Turquia. Força, menino Bryan e sua família...





por eles a minha luta é eterna, sem Stop! Luta diária...




que a esperança nunca morra....