Hoje senti que precisava escrever algo, e por esse algo me refiro à honestidade de sempre mesmo que nem sempre alcançada da forma como havia planejado. Um texto mais corrido que poético. Percebo que é difícil largar de lado a poesia, ela está dentro da sinceridade.
Mudei. Natural que seja assim, é com todos. Os tempos que ficaram já não estão mais por motivos óbvios. É difícil abandonar tudo. Ainda hoje sinto que um buraco há em mim do que foi vivido. O pior é que de tempos em tempos as lembranças não estão mais nítidas. E apesar da vontade de aceitar o crescimento, o medo de abandonar em forma de esquecimento aquele tempo. Paradoxo. Crescer não é brincar, é uma revolução que se faz internamente. E com o passar dois dias, as atitudes, a rotina, faz mostrar que pouco bem pouco foi o que mudei, efetivamente. Bem raso... ainda sou aquela cabeça dura, estressada descrita na sexta série por uma menina sincera. Mal sabe ela que ainda me recordo, acho inclusive que agradeço pelas palavras.
Ainda há duas considerações a fazer. Uma refere-se ao aumento da auto-cobrança. Por vezes insuportável, o peso de exigir atitude adulta, menos orgulho, mais humildade, menos falar, mais ouvir. Paciência. Minha busca cotidiana por paz de espírito passa pela calma... aí entra a música, a literatura, o vôlei, o andar, e agora meu novo companheiro, Willow, o cão. Reconheço que me afastei da Casa Espírita e isso a meu ver, configura um desafio maior: o auto conhecimento... que trará a auto compreensão. A Paz.
E por todas as coisas vividas há as pessoas que participaram. Hoje, conversando com uma amiga dos tempos que já se foram, constatei o quanto ainda sou aquela menina dos 15/16 anos... mas sem o fervor incondicional em firmar amizades, laços que necessitem ser fortes. Em outras palavras, não quero mais proximidade. Prefiro a distância, eu me entendo comigo mesma, não quero precisar me firmar em uma companhia que um dia partirá também, sem muita explicação...porque it's not my business. Quero, se possível, sair por aí voando... um dia, quem sabe, supere esse medo e queira voltar a me aproximar de outrem de corpo e alma como já vivi. E vivi por completo. Foi bonito...
Minha avó, lembrar de você é sentir a garganta apertada de saudade. Não me sai da cabeça o seu olhar, rosto inclinado e riso permanente. Tudo dói ao lembrar que não a tenho mais em matéria que console minha matéria. Vovó, sinto que só chorar alivia um pouco essa saudade. São lágrimas do elo que temos. Quero vê-la feliz, isso me basta. Pensando bem, gostaria de algumas palavras também... sejam quais forem.
Minha vida é tranquila, graças a Deus. Os pesos são as questões de alma...pesadas, às vezes, mas viver é um grande milagre com tantas belezas que se deve levar com cuidado. E carinho.
dança, menina dança como sua avó sempre fez não importa onde. Apenas não importa. =)

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