sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Descoberta

Alfonsina Storni

''[..] la noche 
Nos será blanda, la tristeza leve. ''





O Rio de Janeiro.

Sempre quis entender o porquê das pessoas se apaixonarem por esta cidade. E confesso que nesse 'querer entender' havia boa dosagem de 'duvidar' desse amor todo. Eis que fui pra lá. Por um impulso um tanto quanto ligado à liberdade do momento e ao fato de ver um mar. O que digo é que este não é 'um' mar pra mim. Eis que 2012 trouxe o Rio de Janeiro mais perto. Trouxe o real interesse nesta imensidão de emoções, realidade, espontaneidade, alegria, sol, música - talvez eu tenho aqui descrito o Rouxinol. 

E então fui me aventurar por lá, me jogar naquele mar de curvas como as montanhas que modelam e complementam tamanha grandeza de paisagem. Arquitetura que me fez achar Ouro Preto coisa pouquíssima - e, olha, fico triste por esta constatação.  Rio de Janeiro, o Brasil dos filmes. Tudo aquilo que se imagina é o que, de fato, é. Desde a euforia, o modo imperativo de ser do carioca da gema até a violência, a expressividade da droga que circula nos corpos miseráveis e que assaltam, mentem, passam a perna em pessoas que acreditam e se comovem com a realidade. O baque é esse! Ele é poético, o que não significa que é bonito. Mas, digo que é belo, porque é intenso nas suas expressões reais. 

 - Acorda!!!! Dormir na praia?? Não aqui. 
A vida acompanha o ritmo frenético de ter em mente que a qualquer momento você pode estar sendo vigiado pra um assalto ('pacífico ou não'). Ao mesmo tempo que aquela beleza de arrancar até o último fôlego, que beira à euforia pelo simples fato de estar diante de verdades que mais parecem miragens. 

Eis o que descobri: o Rio abala estruturas que não estão preparadas pra ver a intensidade das vidas; aqui e agora! Depois do choque inicial, o Rio é casa. É família. Me senti leve depois de sacar qual a do Rio. E, olha, há muito o que extrair de tudo que acontece por lá. As coisas podem dizer muito mais do que é claramente exposto a nós... 


O Rio de Janeiro vibra!

Seguido do choque, da leveza, me veio um novo sentimento. De transformação. 
5 dias é pouco demais pra essa tal transformação, mas a sensação é de que o Rio muda. E, esse tipo específico de mudança não se trata de algo com o quê estou acostumada, ou que planejei. É algo ainda obscuro, desconhecido. Terras estrangeiras pra mim. Eis uma reflexão que cai muito bem pra um início de novo ano. Novo ciclo. a brand new start...






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