quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Mozart por hoje

tic tac tic
tac tic tac...




o dia já é 24 de janeiro, há passado de meia-noite. Preciso levantar antes das 8horas -fora da rotina- mas me conheço a ponto de saber que não me importo com isso neste momento. Sinto vontade de escrever hoje, aproveitar o sopro de vontades que me trouxe esse dia de decisões. Senti-me feliz por me mover em busca de ações que há tanto aspiro. Sim, é o começo. Esse cheiro de início, renascença de alguma maneira, me faz bem. Como se estivesse de volta ao controle de mim mesma. O que passou já não está aqui, então não vou pensar que está (todos os questionamentos desde sempre...sim, aqueles).

O Rádio toca Mozart, ultimamente tenho escutado bastante Chopin, influência do meu companheiro nos últimos dias: ele, o livro. Pude sair do meu mundo como uma viagem astral, se posso assim chamar. Como Harry Potter através da penseira visitou os tempos de Tom Riddle. Vejo que a história mexe comigo (não a do Tom Riddle!De Olívia Forrester, os Crawford e Wharton Park). Aquela velha válvula de escape tão necessária em minha vida... A música clássica tem poder enquanto estou em algum tipo de atividade. Seja projetando, escrevendo, lendo. Tem sido um hábito e parece que se adéqua aos movimentos. Neste momento, por exemplo, meu piano é o teclado do computador, o violino é minha perna que balança pendurada na cadeira sem encostar no chão. Gosto.

Contava sobre o dia de decisões sinceras comigo mesma, como procurar onde eu possa começar a fazer Yoga, agendar um psicólogo, comprar florais. Pretendo viver bem esse 2013! Fazer diferente. Agir em direção ao realmente quero. ''Se queres coisas diferente, faças diferente".. alguém acabou de sussurrar essa frase e é isso! Obrigada! Durante a última noite, sonhei sonhos desesperados, dormir estava sendo difícil, pensamento, angústia, falta de ar. Pedi do fundo do coração que o universo me ajudasse a encontrar respostas. Naturalmente, sinto que o caminho está diante de mim. Prosseguir com ideias novas. Pois se não posso mudar daqui, preciso achar a forma de ser feliz aqui. Por ora! 



Também me recordei da infância, quando balançava alto na gangorra, e tão alto que resolvia saltar e cair sobre a grana. Sabe por que???? Porque queria voar por uns 2 segundos!! É tão poético! E mais ainda por ser tão verdadeiro. Sou uma menina muito feliz por perceber esses detalhes. Seria muito triste desperdiçar poesias assim. E, voar era lindo. Eu queria ir muito alto. Tinha medo de cair e a gangorra voltar na minha cabeça como certas vezes comigo e outras crianças. Isso era na gangorra do clube. Mas, eu tinha uma em minha casa que meu pai fez. Era de ferro reaproveitado e as bases de madeira. Não balançava tão alto porque não era de correntes maleáveis como as do clube. Ah, que doçura essas memórias...

Sou uma moça tão cercada de pessoas especiais e agraciada por consolos como música, poesia, livros... espero poder retribuir ao universo. Espero ser merecedora...e fazer outras pessoas felizes o tanto que sou. Se reclamo, choro, me desespero, sei que parte é porque não acho que mereço tudo que tenho, e parte por ainda ser tão pouco evoluída a ponto de não compreender muitos dos que me amam. Sinto que disse a mesma coisa com palavras diferentes. Meu Deus, anjos, peço ajuda nessa vida. Coragem. Mas, principalmente sabedoria. Obrigada por tudo em todos os sentidos que for possível estender... Sou muito grata. E, tenho fé que encontrarei a forma certa de retribuir a felicidade que a mim é concebida. Com certeza encontrarei.




(a Obs. é pelo fato de me referir ao balanço como gangorra. minha infância inteira foi assim e prefiro não maltratar minhas poéticas memórias)

sábado, 5 de janeiro de 2013

Difícil estar aqui



Não sei se essa tristeza tem a ver com o início do novo ciclo (2013). Etapa de mudanças, a começar pela teoria, é claro; se tem a ver com saudade de amores, amigos que ficaram em algum lugar do tempo que passou; se é o fato de voltar a minha cidade, e com isso, se aproximar o dia do retorno ao meu curso, com meus colegas de turma, os problemas...; ou se é consequência da sensação que passei a ter como padrão de comparação -o Rio.... Aquela liberdade! Aquele pulsar! Aquilo lá é o mundo . . . o futuro . 

Meu estômago dói desde que passei a pensar que estava chegando o dia de deixar aquelas terras... desde então sinto uma dificuldade em me readaptar a minha terrinha de cá. Dificuldade incômoda que vem junto com todas as indagações dignas desta época do ano. Eis que preciso focar. Estabelecer. Pensar. Refletir. Listar. Meditar.

Eis que devo deixar o Rio de Janeiro onde está -distante- e vencer as barreiras daqui. Sonho com o dia de me mudar e me aventurar de verdade por lá. Carrego comigo o anseio de viver aquela transformação desconhecida, desafiadora, misteriosa. Enquanto isso, levo comigo . . .  saudade .

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Descoberta

Alfonsina Storni

''[..] la noche 
Nos será blanda, la tristeza leve. ''





O Rio de Janeiro.

Sempre quis entender o porquê das pessoas se apaixonarem por esta cidade. E confesso que nesse 'querer entender' havia boa dosagem de 'duvidar' desse amor todo. Eis que fui pra lá. Por um impulso um tanto quanto ligado à liberdade do momento e ao fato de ver um mar. O que digo é que este não é 'um' mar pra mim. Eis que 2012 trouxe o Rio de Janeiro mais perto. Trouxe o real interesse nesta imensidão de emoções, realidade, espontaneidade, alegria, sol, música - talvez eu tenho aqui descrito o Rouxinol. 

E então fui me aventurar por lá, me jogar naquele mar de curvas como as montanhas que modelam e complementam tamanha grandeza de paisagem. Arquitetura que me fez achar Ouro Preto coisa pouquíssima - e, olha, fico triste por esta constatação.  Rio de Janeiro, o Brasil dos filmes. Tudo aquilo que se imagina é o que, de fato, é. Desde a euforia, o modo imperativo de ser do carioca da gema até a violência, a expressividade da droga que circula nos corpos miseráveis e que assaltam, mentem, passam a perna em pessoas que acreditam e se comovem com a realidade. O baque é esse! Ele é poético, o que não significa que é bonito. Mas, digo que é belo, porque é intenso nas suas expressões reais. 

 - Acorda!!!! Dormir na praia?? Não aqui. 
A vida acompanha o ritmo frenético de ter em mente que a qualquer momento você pode estar sendo vigiado pra um assalto ('pacífico ou não'). Ao mesmo tempo que aquela beleza de arrancar até o último fôlego, que beira à euforia pelo simples fato de estar diante de verdades que mais parecem miragens. 

Eis o que descobri: o Rio abala estruturas que não estão preparadas pra ver a intensidade das vidas; aqui e agora! Depois do choque inicial, o Rio é casa. É família. Me senti leve depois de sacar qual a do Rio. E, olha, há muito o que extrair de tudo que acontece por lá. As coisas podem dizer muito mais do que é claramente exposto a nós... 


O Rio de Janeiro vibra!

Seguido do choque, da leveza, me veio um novo sentimento. De transformação. 
5 dias é pouco demais pra essa tal transformação, mas a sensação é de que o Rio muda. E, esse tipo específico de mudança não se trata de algo com o quê estou acostumada, ou que planejei. É algo ainda obscuro, desconhecido. Terras estrangeiras pra mim. Eis uma reflexão que cai muito bem pra um início de novo ano. Novo ciclo. a brand new start...