sábado, 27 de outubro de 2012

Ao anjo risonho: obrigada!

A vida é mesmo uma pequenez diante da eternidade.

Mesmo aprendendo a tentar compreender que nossa passagem é transitória por este mundo e que 'o que se leva da vida é a vida que se leva', mesmo pensando que nenhuma despedida é pra sempre... mesmo assim, a dor da perda (momentânea) ainda é um grande mistério. E a saudade. E o medo de continuar sem um amigo do lado; sem a garantia do riso certo...! E a angústia de sentir que não deu tanto amor quanto poderia a alguém que partiu. Partiu... e sabe-se lá quando iremos nos encontrar novamente na imensidão da eternidade.

É fato que as coisas acontecem na hora certa, é fato também que minha imperfeição me permite sentir esse vazio. Compreensível e parte da jornada de se questionar a vida. 
E se o amor é o que nos consola, por que não damos o devido valor a ele enquanto estamos VIVOS? Por que o amor às pessoas, à vida, às coisas pequenas não é valorizado? Qual a graça de viver segundo dita um sistema que não valoriza a individualidade e o respeito às diferenças? Eu não quero ser igual, eu quero ser o que eu sou. Essa tal liberdade que dizem por aí é uma liberdade hipócrita, moldada a partir de critérios desumanos e, NÃO, não me serve!

"Um artista é um sonhador que consente em sonhar o mundo real" George Santayana
Eu não tenho a verdade pra nada, nem mesmo sei responder minhas próprias perguntas, mas uma certeza que me acompanha é a da Arte como forma de buscar liberdade. Uma liberdade subjetiva para muitos porque é individual. O artista carrega consigo a espontaneidade do sorriso da criança, carrega a doçura do olhar e do toque porque sente a vida e considera a humanidade que somos. Ah, o artista... Ele se respeita, se entende e assim é capaz de olhar o próximo com... com... cuidado..carinho. AMOR!
Ele carrega a arte a partir do seu ponto de vista e por isso ela é real. Humildemente real. Espontaneamente simples. Risonhamente feliz....

Talvez realmente ele não consiga nunca se satisfazer nesse mundo da matéria porque seu ser é profundamente elevado, transcende a mesquinhez, desconhece a maldade. Ou talvez ele seja o único realmente feliz neste mundo por saber dar valor ao que, de fato, nos faz toda a diferença. Os sorrisos, olhares, toques, pores do sol, luares...

A força do artista é tamanha que sua energia transpassa a distância ou o tempo de amizade, ou o quê for. Ficou uma gratidão imensa em meu peito por tê-lo encontrado nessa vida. Missão cumprida, Senhor Palhaço-Cantante-Dançarino. o Amor foi entregue, devidamente recebido.
Divisor de águas...




E vá em paz, querido você. Que a luz esteja branca e cristalina te esperando... já não há mais dores, desconfortos.. nem pesos ou pressões. Sei que alguma tristeza ainda você sente, que é a de tantas pessoas que aqui ficaram saudosas. Revoltadas com o fato desta sua viagem inesperada. Novamente, siga em paz, essa é a demonstração do amor que você causou. A sua alegria deixou saudades... e deixou a mensagem de que a vida é carinho, compreensão, alegria, amizade, música, dança, teatro... AMOR!




♪ Radiohead - How to disappear completely


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Uma valsa pra hoje a noite (Bandeira branca)

Vou escrever, sim. Vou ouvir musiquinhas calmantes, sim. Vou ler poesia, sim. E o tempo ali no cantinho vai passando, passando... como sempre é e sempre será.

Quando se sente frágil e desprotegida da vida. Não no sentido de desamparo no mundo, mas suscetível, vulnerável, fraca, inocente diante da vida e do que gira all the time. Assustador, é como me parece a vida. Esperança tem muito pouca. Amor é bem pouquinho também.

Veio a fragilidade e ficou impregnada no acorde da valsa pra uma menininha... e a única vontade é voltar à infância e levar a vida que se acredita, simples, cheia de sorrisos largos ou lágrimas abundantes que não despertam desconfiança. Não finge, não. 
Não é uma tristeza física, não é moral também. É lírica... a cura é o que faz acentuar a dor e o questionamento. Eu disse cura!!!

Menininha, menininha... aqui você pode ser só a menininha. Tempos de querer algo que passou, de temer o desconhecido presente ao redor. Assustada com o bicho-papão do mundo e sua dinâmina arrebatadora. Entre no lance, corre que eles tem pressa. Se você ficar, seu tempo pára, mas a poesia não... Essa não pára até que você retorne ao jogo engolidor de almas de menininhas... Vá, vá sim, é necessário também. Mas, por favor, volte... constantemente.

                                                                                                   Cândido Portinari



a música é:  valsa para uma menininha - vinícius e toquinho

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

"Terror de viver tempos frágeis e continuar vivendo"




A vida...
Ah, a vida...
Vontade de escrever muito. E aliviar tudo que está por dentro do peito. Estou pensando o que é o amor. O que é?
Os paquerinhas, as inseguranças, os momentos de tirar o fôlego, essas coisas. É tudo ilusão?
Em março conheci, finalmente, o menino que chamava tanto minha atenção. Pra mim, o momento foi ótimo. Aí nos encontramos outras vezes e eu percebi que estava apaixonada. Hoje, depois de 7 meses, conversando com amigos, o assunto voltou e um dos amigos revelou que desde o início percebeu que ele não queria nada comigo. Eu é que fazia tudo. Corria atrás em todos os sentidos e ainda fui chamada de passiva na relação. Fiquei muito triste com o que ouvi. Questionei por que ele não me disse isso na época, e e ele falou que, porque eu estava perdidamente apaixonada não daria ouvido, ou iria me magoar, então ele não achou que era o momento. Fiquei indignada com isso. Triste, me senti a pessoa mais desinteressante da Terra. A mais iludida e deixada de lado pelo amor. Fiquei magoada com a vida e comigo mesma pela incapacidade de ser amada. Vim pra casa cabisbaixa. Na rede social estava o meu paquerinha, o amor rápido, o sexo descompromissado, o desconhecido por quem me apaixonei. Pensando, então, o que é o amor preciso ser sincera, estou triste e frustrada. Não sei se alguém estará um dia no lugar do amor pra mim. No entanto, mudei de opinião sobre o que pensou o meu amigo. Ele não quis atrapalhar meu momento. Só isso. Não se pode impedir alguém de viver. Mesmo que esse alguém seja sua amiga que tanto gosta e cuida. Eu precisei passar por aquilo. Posso não entender agora, posso estar triste e machucada também por isso, mas paciência. Não tem culpa. Insisto nisso porque não me parece justo culpá-lo por EU ter me apaixonado assim como não me culpo por querer bem a ele - o poeta rouxinol. Esquecer alguém é difícil. Dói, aperta o peito. Mas, um dia ou outro acontece. Um dia ou outro me interesso por alguém e aí se reinicia tudo.... Como em um ciclo sem início e sem fim. 


Complementar:

"As palavras gritam quando são essas, as histórias de amor que já não cabem mais. Elas sussurram, invadem, confundem da cabeça aos pés; e o tempo passa; passa como sempre passou. Ele leva o conforto da hora marcada, do pensamento inato ao passar do caso, e acaso. Depois do tempo, voltam eles, os dois, e até sem olhares, passam eles pelo mesmo espaço – tempo evitando o encontro. Retinas miúdas que fogem, calam, deslocam.
Diga – me. Deixa – me te ouvir. Não faça com que saiam dessas lembranças tempestuosas a história de um amor que não foi.

[...] Colocamos um meio no nosso fim. E despistando os sentimentos tão vagos, que a razão pede pra calar; cumprindo a tabela de que não; não outra vez. Ainda estou aqui, a espera por ficar exausta por tantos outros encontros, palavras, afetos. Não há lei do mais forte. Mas também não sou dessas de que vai lá e faz, vai lá e arrisca. Porque precisa do risco para viver; para amar. Ainda prefiro o terror do silêncio profundo a um vacilo qualquer. Do teu jogo eu já cansei de jogar; mas das tuas palavras e retinas ainda não."


"Sonhe com as estrelas
Apenas sonhe
Elas só podem brilhar no céu
Não tente deter o vento,
Ele precisa correr por toda parte
Ele tem pressa de chegar, sabe-se lá aonde

[...]Persiga um sonho,
Mas não o deixe viver sozinho
[...]Alargue seu coração de esperanças,
Mas não deixe que ele se afogue nelas
[...]Se perder um amor, não se perca!" Fernando Pessoa

em algum lugar do passado...


escutando Phoenix, sozinha em casa segunda-feira a noite. pai, mãe e irmãos em Angra, vovó no céu que fica dentro do meu coração, muitas pessoas por todos os lugares, dentro e fora delas próprias. algumas palavras aqui, alguma música também.