oi, tô aqui hoje de novo.
mas hoje por motivos de: nada orgulhosa do meu curto estopim.
tentei justificar pra mim mesma, mas não adianta... é difícil me auto-enganar.
percebo logo a estratégia e já aceito meu erro, com remorso.
por isso estou aqui, agora.
meu pai me deu uma resposta grosseira. eu, REATIVA ao extremo, comecei a soltar todos os sapos possíveis. entre palavrões, eu emputecida, e sem controle nenhum das minhas ações.
meu pai viu que eu entrei na pilha e continuou as grosserias. mas ele é assim. eu não sou, mas sou reativa. E isso me mata de vergonha. Não gosto de ter o estopim tão curto. Não gosto de perder minha razão. e hoje isso ficou feio.
ele deve se importar pouco pq ele já tem costume de tratar as pessoas assim, de acordo com o humor dele. mas eu agora estou me culpando e me sentindo péssima pela minha atitude.
nem um pouco orgulhosa de mim. eu não precisava escalar na minha raiva, como eu fiz. mas eu já fiz. é muita raiva. e a sensação de não ter nem pra onde correr. tudo o que eu queria era não precisar mais morar aqui. dar a eles o espaço deles, e ter o meu espaço. poder me sentir mais em paz.
aqui tudo é uma preocupação, uma responsabilidade que eu não escolhi, mas enquanto aqui estou tenho a obrigação de colaborar.
às vezes eu só queria estar bem longe deles.
de tempos em tempos essa vontade me consome e eu preciso sair.
já são quase 30 anos. eu preciso sair.
deixo claro que o erro foi a minha reatividade. mas é só porque, pra mim, atitudes assim como as dele, de grosseria, não são aceitáveis pra mim. sinto e percebo com tudo isso que não caibo em um lugar onde isso é aceitável. e é a casa dele, então ele trata como lixo as pessoas o quanto ele quiser.
não é meu perfil, minha personalidade, não é o que eu quero pra minha vida e para as pessoas ao meu redor. sinto muito que fui fraca e explodi feito uma bomba. mas, pra hoje foi o que consegui fazer. mais um dia, mais uma chance de acertar.
sinto vergonha de mim mesma. mas, preciso seguir. e tentar não me crucificar tanto. apesar de já estar fazendo isso.
serão 4 dias de convivência. o primeiro foi hoje e já foi exaustivo, temo os próximos.
mas pelo menos os sinais de atenção já foram ligados hoje. cabe a mim, dar a devida relevância e me policiar nos próximos dias pra não mandar tudo à pqp novamente....
We are fluid dreams, vivid memories..All uncertainly leads to eternity...
quinta-feira, 11 de junho de 2020
terça-feira, 2 de junho de 2020
lugar arquitetônico
meu quarto na casa que moro com meus pais e um de meus irmãos tem conexão com a copa. A copa é onde fica a guitarra do meu pai, uma caixa de som, e bem integrado, vem a sala, onde tem um violão e um gajon que foi meu pai mesmo quem fez. Todos os outros quartos da casa são um pouco afastados desse "centro" da casa, só o meu fica aqui (por sinal, de onde escrevo isto neste momento). Todos os dias (ou quase) meu pai toca na copa, às vezes cantamos com ele, mas muitas vezes ele toca e canta sozinho mesmo. E fica ali, no momento dele, tranquilo, tocando guitarra, ou violão e cantando junto. E esta é a trilha sonora do meu quarto. Eu poderia fechar a porta pra continuar vendo as coisas que faço no computador, mas em geral eu mantenho aberta e gosto de ouvir. Tão natural quanto a luz do dia (última música que ele estava cantando agora) é a música dele me acompanhar no meu quarto. Aos finais de semana ele costuma me acordar com o som do violão ou da guitarra. Minha porta é oca, tem gretas grandes com o piso, então eu sempre acordo. Mas não me lembro de ter reclamado... Escuto minha mãe pedindo pra ele parar pq eu estou dormindo ao lado (na verdade sei que ela o pede pra parar pq ela não gosta de ouvir mesmo, rs), dou uma risadinha só pra mim e sei que ele não vai parar, vai tentar diminuir rs, mas o instrumento é aquilo, não fica mais baixo... Enfim, já faz parte. Se não tem esse som acompanhando, está silêncio demais. E aí sim me incomodo.
Arquitetonicamente ainda, esta casa é da minha avó, foi onde meu pai cresceu e onde eu estive grande parte da minha vida. Na casa da minha avó Lica, dormíamos com ela quando foi ficando mais velha e não podia mais estar sozinha durante as noites. E ela nos tratava, a mim e meus irmãos, feito rainha e reis. no frio colocava o chuveiriho quentinho na pia em uma gambiarra que sempre funcionou para que pela manhã, antes de irmos para casa, lavassemos o rosto e escovássemos os dentes com água quentinha... a água fria cortante do frio de ouro preto ela tinha a preocupação de evitar que precisássemos lidar. Detalhes... que valem ouro pra quem aprecia ver a vida através deles. Voltando para a questão espacial, o meu quarto hoje em dia é o quarto que minha avó chamava de "quarto de costura", onde ela guardava o material de costurar, tesouras diversas, linhas, agulhas, moldes, revistas antigas, a máquina de costura, retalhos muitos, outra mesa grande, armários e prateleiras cheias de coisas diversas, armarinhos, prateleiras, e uma cômoda com os santinhos e orações dela. Por sinal, esta cômoda ficava exatamente onde estou sentada, escrevendo em meu notebook sobre minha mesa. Lembro de lê-la rezando aqui, acendendo velas, mexia nos seus grampos e o pente sempre tinha uns cabelos, que eu tirava às vezes. Aqui aprendi a usar a máquina de costura dela. Pegava por vezes a tesoura de picotar que ela tinha na gaveta da mesa grande que tinha aqui do lado. Lembro tambem que atrás da porta tinha um porta sapatos pendurado na porta, e lembro dos sapatos dela, mulher alta, tinha os pés grandes, devia calçar 39, se não me engano. Aqui também tinha uma cama. Tinha lugar pra tudo isso. Era o cantinho da casa que, parando agora para pensar, mais tem a personalidade dela, os passatempos, as coisas que ela sabia fazer, os hábitos. Recordações. E hoje este é o meu quarto. Hoje só tenho aqui uma cama de casal antiga dos meus pais, uma mesinha lateral que eu reformei e pintei, um guarda-roupa grande até demais, uma cadeira e minha mesa de muitos anos, que tanto gosto. E olha que hoje o quarto é maior porque ampliamos cerva de 1 metro da varanda que fazia uma curva. E antes parecia caber tanta coisa mais.... e era menor... tudo era menor, tudo era mais simples. E eu também era menor, então em minha memória tudo parecia gigante, espaçoso, e também porque ali tinha e tem muita memória. Coisas que os centímetros não são capazes de compensar, porque além da minha memória visual espacial, tem a parcela de saudade e imaginação que torna tudo mais incrível ainda que menor e mais humilde. Que saudades da minha avó, de ser criança, adolescente e vir pra cá sempre que me desentendia com meus pais. E era sempre recebida pela minha avó por quem sou apaixonada e espero um dia a encontrar em algum lugar. Às vezes sonho com ela, os primeiros eram meio nublados pq eu não entendia o que se passava, mas os mais recentes tem aquecido muito meu coração. São mais claros pra mim e mais cristalinos.
Hoje moramos na casa dela e neste momento exato meu pai está tocando Handy man, James Taylor. e essa poesia que ele carrega em forma de música eu carrego de tantas maneiras... música é uma delas, mas muitas outras também. Minha sensibilidade é muito facilmente perceptível. Isso me faz lembrar uma série que vi recentemente, no início da quarentena, chamada Anne with an E, ainda pretendo escrever exclusivamente sobre ela, porque até hoje não consigo lembrar de nada relacionado a ela sem chorar, e não é pouco... A série me acessou em locais que nem eu sabia que seriam tão intensos e tão delicados e tristes e inconformados e lindos e, como um sopro, eu não consigo mais me desvencilhar de Anne... mas ainda escreverei um texto só sobre o que foi assistir a esta obra prima, a meu ver, tão potente e tão delicada ao mesmo tempo.
Por hoje é só, espero vir aqui mais vezes, porque aqui me sinto totalmente livre e sei que posso deixar as palavras fluírem sem medo, sem julgamentos.
Arquitetonicamente ainda, esta casa é da minha avó, foi onde meu pai cresceu e onde eu estive grande parte da minha vida. Na casa da minha avó Lica, dormíamos com ela quando foi ficando mais velha e não podia mais estar sozinha durante as noites. E ela nos tratava, a mim e meus irmãos, feito rainha e reis. no frio colocava o chuveiriho quentinho na pia em uma gambiarra que sempre funcionou para que pela manhã, antes de irmos para casa, lavassemos o rosto e escovássemos os dentes com água quentinha... a água fria cortante do frio de ouro preto ela tinha a preocupação de evitar que precisássemos lidar. Detalhes... que valem ouro pra quem aprecia ver a vida através deles. Voltando para a questão espacial, o meu quarto hoje em dia é o quarto que minha avó chamava de "quarto de costura", onde ela guardava o material de costurar, tesouras diversas, linhas, agulhas, moldes, revistas antigas, a máquina de costura, retalhos muitos, outra mesa grande, armários e prateleiras cheias de coisas diversas, armarinhos, prateleiras, e uma cômoda com os santinhos e orações dela. Por sinal, esta cômoda ficava exatamente onde estou sentada, escrevendo em meu notebook sobre minha mesa. Lembro de lê-la rezando aqui, acendendo velas, mexia nos seus grampos e o pente sempre tinha uns cabelos, que eu tirava às vezes. Aqui aprendi a usar a máquina de costura dela. Pegava por vezes a tesoura de picotar que ela tinha na gaveta da mesa grande que tinha aqui do lado. Lembro tambem que atrás da porta tinha um porta sapatos pendurado na porta, e lembro dos sapatos dela, mulher alta, tinha os pés grandes, devia calçar 39, se não me engano. Aqui também tinha uma cama. Tinha lugar pra tudo isso. Era o cantinho da casa que, parando agora para pensar, mais tem a personalidade dela, os passatempos, as coisas que ela sabia fazer, os hábitos. Recordações. E hoje este é o meu quarto. Hoje só tenho aqui uma cama de casal antiga dos meus pais, uma mesinha lateral que eu reformei e pintei, um guarda-roupa grande até demais, uma cadeira e minha mesa de muitos anos, que tanto gosto. E olha que hoje o quarto é maior porque ampliamos cerva de 1 metro da varanda que fazia uma curva. E antes parecia caber tanta coisa mais.... e era menor... tudo era menor, tudo era mais simples. E eu também era menor, então em minha memória tudo parecia gigante, espaçoso, e também porque ali tinha e tem muita memória. Coisas que os centímetros não são capazes de compensar, porque além da minha memória visual espacial, tem a parcela de saudade e imaginação que torna tudo mais incrível ainda que menor e mais humilde. Que saudades da minha avó, de ser criança, adolescente e vir pra cá sempre que me desentendia com meus pais. E era sempre recebida pela minha avó por quem sou apaixonada e espero um dia a encontrar em algum lugar. Às vezes sonho com ela, os primeiros eram meio nublados pq eu não entendia o que se passava, mas os mais recentes tem aquecido muito meu coração. São mais claros pra mim e mais cristalinos.
Hoje moramos na casa dela e neste momento exato meu pai está tocando Handy man, James Taylor. e essa poesia que ele carrega em forma de música eu carrego de tantas maneiras... música é uma delas, mas muitas outras também. Minha sensibilidade é muito facilmente perceptível. Isso me faz lembrar uma série que vi recentemente, no início da quarentena, chamada Anne with an E, ainda pretendo escrever exclusivamente sobre ela, porque até hoje não consigo lembrar de nada relacionado a ela sem chorar, e não é pouco... A série me acessou em locais que nem eu sabia que seriam tão intensos e tão delicados e tristes e inconformados e lindos e, como um sopro, eu não consigo mais me desvencilhar de Anne... mas ainda escreverei um texto só sobre o que foi assistir a esta obra prima, a meu ver, tão potente e tão delicada ao mesmo tempo.
Por hoje é só, espero vir aqui mais vezes, porque aqui me sinto totalmente livre e sei que posso deixar as palavras fluírem sem medo, sem julgamentos.
segunda-feira, 1 de junho de 2020
pensando Paulo Freiro na minha criação...
escrevo esse blog há 10 anos e o nome dele não podia ser melhor. Muito bem, Luma de 18 anos!
e apesar de todas as complexidades do meu ser que despejo aqui algumas vezes por ano, às vezes só quero trazer constatações e aspectos que observei e observo ao longo da minha vida, em relação a mim mesma e à minha interação com as pessoas, amigos, família, namorado. E, óbvio: tudo sempre de acordo com meu olhar para todas essas coisas.
algo que me orgulho muito da minha criação e dos meus irmãos por minha mãe e meu pai é sobre o suporte mental que sempre nos foi fornecido no que tange ao desenvolvimento das nossas personalidades. Não crescemos em moldes seja por idade, gênero, nada. Crescemos questionadores, com respeito, claro, mas sempre tivemos voz. Meu pai foi professor muitos anos e ele tem a didática na essência. Ele sempre tenta ensinar aproximando os assuntos do que é palpável pra gente, individualmente. Seja com mais ou menos paciência, tem certas coisas que acompanham a essência, e a dele é essa: a de passar o que sabe. Incentivar. Apreciar pequenas vitórias. Claro, há problemas também! Ninguém está isento disso, mas é bonito tentar me distanciar agora e olhar essa sorte que tivemos, eu e meus irmãos, de sermos filha e filhos de um pai educador. Minha mãe, por outro lado, sempre leu muito, mesmo com a origem super simples, ajudando a mãe em casa enquanto os irmãos foram estudar. Ela é esse coração, essa conexão com as humanas (enquanto meu pai nos conecta com as exatas como um nato educador leitor de Paulo Freire -sem ele nunca ter de fato lido Paulo Freito- como eu disse, é essência, ele trouxe das suas próprias vivências, que sempre conta com empolgação dos vários professores que teve). Minha mãe não é dos números, ela é das ideias contraditórias, da fé, na confiança, da emoção. E isso é um outro universo essencial ao ser humano, afinal não somos réguas, não somos calculadoras, não trazemos as respostas sempre exatas. Há que se considerar que o o mundo é, sim, contraditório. Nós todos somos. E o poder de reconhecer tais fatos dificilmente reside em quem é de exatas,mas em quem tem a sutileza ou cautela de enxergar como somos errôneos e por isso mesmo, poderosos, ricos e interessantes pessoas.
Ter crescido com estas forças trouxe, é claro, conflitos, mas que sempre puderam ser trazidos à mesa. Não somos a família perfeita, mas somos uma família foda, forte e poderosa em nossas características. Cada um com as suas potencialidades e desafios, mas sempre únicos.
Hoje era só isso, queria exaltar a minha criação.
e apesar de todas as complexidades do meu ser que despejo aqui algumas vezes por ano, às vezes só quero trazer constatações e aspectos que observei e observo ao longo da minha vida, em relação a mim mesma e à minha interação com as pessoas, amigos, família, namorado. E, óbvio: tudo sempre de acordo com meu olhar para todas essas coisas.
algo que me orgulho muito da minha criação e dos meus irmãos por minha mãe e meu pai é sobre o suporte mental que sempre nos foi fornecido no que tange ao desenvolvimento das nossas personalidades. Não crescemos em moldes seja por idade, gênero, nada. Crescemos questionadores, com respeito, claro, mas sempre tivemos voz. Meu pai foi professor muitos anos e ele tem a didática na essência. Ele sempre tenta ensinar aproximando os assuntos do que é palpável pra gente, individualmente. Seja com mais ou menos paciência, tem certas coisas que acompanham a essência, e a dele é essa: a de passar o que sabe. Incentivar. Apreciar pequenas vitórias. Claro, há problemas também! Ninguém está isento disso, mas é bonito tentar me distanciar agora e olhar essa sorte que tivemos, eu e meus irmãos, de sermos filha e filhos de um pai educador. Minha mãe, por outro lado, sempre leu muito, mesmo com a origem super simples, ajudando a mãe em casa enquanto os irmãos foram estudar. Ela é esse coração, essa conexão com as humanas (enquanto meu pai nos conecta com as exatas como um nato educador leitor de Paulo Freire -sem ele nunca ter de fato lido Paulo Freito- como eu disse, é essência, ele trouxe das suas próprias vivências, que sempre conta com empolgação dos vários professores que teve). Minha mãe não é dos números, ela é das ideias contraditórias, da fé, na confiança, da emoção. E isso é um outro universo essencial ao ser humano, afinal não somos réguas, não somos calculadoras, não trazemos as respostas sempre exatas. Há que se considerar que o o mundo é, sim, contraditório. Nós todos somos. E o poder de reconhecer tais fatos dificilmente reside em quem é de exatas,mas em quem tem a sutileza ou cautela de enxergar como somos errôneos e por isso mesmo, poderosos, ricos e interessantes pessoas.
Ter crescido com estas forças trouxe, é claro, conflitos, mas que sempre puderam ser trazidos à mesa. Não somos a família perfeita, mas somos uma família foda, forte e poderosa em nossas características. Cada um com as suas potencialidades e desafios, mas sempre únicos.
Hoje era só isso, queria exaltar a minha criação.
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