terça-feira, 6 de agosto de 2019

um mar agitado

meu pai e eu.
muitas turbulências.
um mar agitado.

não sei mais o que fazer. parece que o fato de eu existir o incomoda. ele manipula. usa informações descontextualizadas ao seu favor. é baixo em fazer isso. quando confiei nele e precisei de um ombro ele estava lá, mas durante todos os momentos seguintes de discussões triviais ou não no nosso dia-a-dia ele covardemente usa o que mais me machucou no outro dia (em que ele só foi um ombro) contra mim. é muito baixo. muito horrível. e por eu ter ciência dessa covardia, desse calculismo todo, é que fico mais chateada, porque ele não está falando com uma pessoa que não entende o que ele está fazendo e, por isso, vai se culpar e só. me entristece essa atitude de alguém que só quer ser mau. meu pai é essa pessoa? talvez isso me doa mais. é isso o que mais me dói.

ele age tentando me fazer crer que o simples jeito com que eu me expresso é errado. e eu deveria mudar, porque eu falo e irrito as pessoas. muitas vezes em uma simples conversa. meus irmãos já presenciaram, minha mãe... tudo acaba ficando muito pesado e eu desabo a chorar. choro porque fico triste, ele parece ser incapaz de perceber o que faz, porque se perceber e nunca pensar no quão cruel age com uma outra pessoa isso o torna uma pessoa de coração mau e mimada.

eu sei que apesar de ter muitos defeitos, meu coração é bom. disso tenho certeza, e sempre em situações assim, desabo a chorar porque me fere e eu fico de mãos atadas com a frieza do meu pai comigo.

sei que amanhã é outro dia, e eu nunca guardo rancores. sempre fui assim, mas às vezes queria ser mais firme. não se pode agir assim com os outros. converse, argumente, não desqualifique alguém só porque nem sempre ela vai ouvir tudo calada.

sei que quanto mais o problema é ignorado mais ele vai continuar aparecendo uma hora ou outra e sempre vai ter o mesmo efeito.

ao menos essa tristeza dentro de mim tento colocar pra fora. coloco música e choro, choro. sozinha mesmo.

amanhã é outro dia.
a certeza de que todos os sentimentos e emoções importam. todos eles devem ser sentidos, sem culpa, sem medo e sem exaltar a cultura do "only good vibes". ser humano é isso.

because actually all vibes definitely matter!

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