quarta-feira, 18 de julho de 2018

rompendo com tanta coisa que nunca achei que teria coragem

18 de julho de 2018: início da ruptura. início do projeto de me libertar do que eu escolhi cursar aos 20, nunca me identifiquei realmente, mas sempre me obriguei a gostar. sempre tive medo de admitir que não é o que eu quero e nem onde me enxergo .

(pedi o contato de uma psicanalista pra lidar com o que estou sentindo)

o desabafo que deu início dessa libertação foi com meu namorado PH, no quarto que alugamos, no Butantã-SP após voltar de um dia andando distribuindo currículos.


quarta-feira, 11 de julho de 2018

Mudanças - um relato importante.

"Uma vez que somos jogados para fora de nossos rumos habituais, pensamos que tudo está perdido ; mas só aí que o novo e o bom começam" Leon Tolstói

Hoje é dia 11 de julho de 2018. Me mudei para São Paulo dia 09, saí de ônibus de Ouro Preto, da casa dos meus pais dia 08, aniversário de 307 anos daquela cidade que sempre foi o meu lar.
Vim para experimentar, buscar uma Luma que ainda não conheço. Vim em busca de me conhecer mais a fundo. Sei que não será fácil, embora eu tenha o privilégio de contar com o apoio emocional e financeiro da minha família nesse começo - que, diga-se de passagem, não se sabe quanto vai durar. Mas quando digo que não será fácil falo especificamente no sentido de me desprender das questões da minha família, que eu não escolhi e que fazem parte do dia-a-dia deles, mas que com o passar do tempo acabei transformando essas questões em minhas próprias - o que não é saudável. Eu vim em busca das minhas próprias questões! Preciso encontrá-las, criá-las! Penso que se desvincular psicologicamente dos pais é muito mais do que ser uma pessoa independente no dia-a-dia como eu sempre me achei, mesmo jovem, quando ia passar muitos dias em casas de parentes, amigos, namoradinhos. É muito mais do que saber se virar fisicamente no dia-a-dia sendo cozinhando, lavando roupas, mantendo organizado seu espaço, seja ele um colchão, um quarto ou uma casa! O que busco nessa mudança é principalmente emancipação psicológica que tenho consciência que ainda não tenho. E que é normal, sim. Mas uma vez tomada essa consciência tornou-se para mim uma necessidade buscá-la. Talvez meu irmão Roger tenha tomado essa consciência antes de mim, seja lá por quais motivos, visto que todos somos diferentes. E por admirar essa postura corajosa dele, percebi o quão importante é começar a traçar nossos próprios caminhos, ainda que de início atrelada a ajuda financeira dos meus pais porque, como disse, sou privilegiada e jamais negarei isso, ou fingirei que sem isso tudo ocorreria da mesma maneira, no mesmo tempo. Enfim, aos 26 anos de idade saí de casa! Para outro estado, que já tenho certa afinidade, por causa do meu estilo de vida de sempre ter gostado de viajar. 
Às datas: em 28 de agosto de 2017 me formei arquiteta e urbanista pela Universidade Federal de Ouro Preto. Em 31 de outubro de 2017 embarquei para a França (Paris), onde morei com meu namorado até dia 25 de janeiro de 2018. Viajei para 5 países diferentes nesse tempo. Pratiquei inglês e francês. Meus planos para o retorno dessa viagem eram: tirar licença para dirigir carro e me organizar para mudar para São Paulo, mesmo sem nenhuma proposta de trabalho, estudo, nada. Tudo eu iria buscar uma vez estando lá (agora, aqui). No dia 08 de junho consegui finalmente ser aprovada na prova prática de direção. Foi um momento em que eu não cabia em mim mesma de tanta felicidade. Acho que duvidei muitíssimo dessa minha capacidade. Foi um peso enorme tirado de cima de mim. Meu namorado foi junto comigo no dia da prova, o que eu acredito ter sido essencial pro meu sucesso, pois pude me distrair, ficar calma, extravasar também. E assim, exatamente 1 mês depois estava pegando ônibus para me mudar para São Paulo.
Nesse meio tempo (desde o TCC, com pausa durante a viagem ao exterior) desenvolvi alergias de pele terríveis que certamente são agravadas pela fase de decisões sem nenhuma certeza do futuro, mas baseado em uma vontade grande de ver mudança em minha vida. De começar a dar minha cara à minha vida, de fato. Na minha visão íntima, isso ainda não aconteceu. E apesar de já estar escrevendo isso de uma mesa no Butantã/SP sei que ainda falta muito. Mas preciso acreditar em um propósito. Mesmo não tendo certeza da área profissional que escolhi, preciso caminhar. Preciso não me paralisar. Só isso! E é também para isso que estou escrevendo agora. Sinto que sempre que escrevo aqui, nesse blog secreto, na próxima escrita as coisas mudam e posso sentir um deslocamento, mesmo que pequeno. O que, no dia-a-dia, sem a escrita, é muito difícil de perceber. Talvez existam para isso diversas razões: por eu me subestimar? por eu não acreditar no meu potencial? Por eu ter vergonha de vir a dar muito errado? Por eu achar que estou forçando a barra e só dando prejuízo? Por eu sempre me comparar a pessoas da minha família?  Enfim, sou uma pessoa de 26 anos insegura. E passo os dias tentando driblar isso. 
No momento estou terminando um Levantamento Arquitetônico para um colega do meu pai, que foi solicitado há quase 1 mês, mas que acabei atrasando (ele também não cumpriu sua parte de realizar o pagamento das parcelas). Eu não queria estar fazendo isso de jeito nenhum! Só estou fazendo porque foi um pedido do meu pai, mais uma vez. Ele me quer trabalhando. Eu quero também, mas sinto que é insuportável fazer essas coisas totalmente atreladas à vontade dele. MESMO ainda dependendo financeiramente dele e da minha mãe. EU SEI que soa ridículo. Soa infantil, mas infelizmente é a minha realidade e isso me traz muita angústia. Mas, eu vou finalizar este e pronto. Fecharei esse ciclo que me causa tanto desconforto. Inclusive acredito que isso tem grande influência nas minhas alergias de pele tão desagradáveis - Sei que não é culpa do meu pai, mas aqui digo o que são as minhas reações diante de tudo - . Talvez seja a forma que eu encontrei de me punir? Ou a forma que encontrei de fazer com que sintam pena de mim? Não sei o que meu inconsciente quer gritar, mas sei que todas essas manifestações dizem muito! Então, o que posso dizer é que estou me movendo! Estou tentando uma mudança! E torço para que essa fase que se inicie seja mais leve, mais amorosa, tranquila, pelo menos psicologicamente. Não digo fisicamente, pois sei que quando e se conseguir um trabalho aqui, não será fácil a rotina, mas tenho quase certeza que isso será muito importante pra mim enquanto pessoa, porque vou poder mostrar pra mim mesma que, sim, eu tenho capacidade. Sim, sou uma pessoa forte. Não sou uma burguesinha que vive debaixo das asas dos pais que tem condições de me manterem. Eu preciso mais do que tudo mostrar pra mim mesma que eu sou capaz. É só isso.
Os conflitos, em sua maior parte, dentro de mim giram em torno disso. Todo o restante acredito que seja uma consequência de como eu me enxergo. 
Sei que as coisas estão muito bagunçadas agora, mas eu vou consertá-las com o meu próprio esforço, como eu sempre fiz!!


"A mudança é uma porta que só pode ser aberta por dentro" Terry Neil

"Inteligência é a capacidade de se adaptar às mudanças" Stephen Hawking



quinta-feira, 22 de março de 2018

Making plans...

Oi, Luma.

Hoje é dia 22 de março de 2018. Vc tem 25 anos, que se transformarão em 26 dentro de 4 dias. Você conseguiu o que tanto queria, se formou arquiteta e urbanista, viveu um tempo na França, viajou para os lugares que mais queria conhecer na Europa junto com PH, seu namorado. Aliás, esse é outro ponto, vc tem um namorado muito legal e que gosta muito de vc, ele se chama Phelippe e é de Ribeirão Preto/SP. Vc sempre quis conhecer esses lados de lá, e isso foi outra coisa que vc realizou, inconscientemente.

Vc está novamente no processo de tirar Carteira de Habilitação. Tomara que consigamos dessa vez. O seu instrutor, o Sr. Gabriel é um bom professor de Direção. Vc só precisa controlar seu emocional - respirar - se acalmar - tudo isso que, quase todas as vezes vc fala aqui nos seus relatos. Nós sabemos que temos essa coisa de sermos intensas. E às vezes até falta o ar por causa das emoções. Outra característica sua é que vc passa muito tempo pensando... às vezes é melhor ir lá, viver e no caminho a gente pensa.

Vc, Luma, carrega consigo alguns vazios, coisas que ficaram para trás mas que sempre voltam em forma de um cheiro, uma música, um encontro. Um desses vazios é da sua avó. Vc tem medo de ela não se orgulhar de vc mais. Vc queria muito tê-la por perto pra quando vc tiver qualquer problema em casa poder ir para a casa dela reclamar das pessoas, das coisas, ou então só ficar lá no quarto vendo TV, tranquila, sabendo que ela está ali perto e muito em breve vai chegar no quarto perguntando ou até mesmo já carregando um copo grande de café com leite quentinho que aquece a alma.

Na casa da Vó Lica vc não precisava demonstrar maturidade, ou se comportar como adulta. Vc sente saudades da sua avó. Tudo o que queria era saber como ela está desde então.

Mas o texto se chama "Planos" e, embora não tenha muitos, nem certeza dos poucos que tem, existem alguns. O principal deles é que vc quer ir para São Paulo por um tempo para viver experiência e se virar. Mas, vc não sabe se vai dar conta, se vai achar um trabalho, vc não sabe o que quer fazer. [Época difícil, Luma!]

A dermatite voltou no braço, mas vc está lutando contra ela sem coçar tanto.
É inferno astral e vc está bem sensível.
Vamos ver o que o universo prepara pra gente.
Que seja doce, e leve . . . 

quinta-feira, 1 de março de 2018

I wanna have control

28-02-2018 - me sinto estagnada. Que ilusão foi pensar que depois que formasse me sentiria leve. Isso durou uns 2 meses. Agora o peso é maior. Na casa dos meus pais, sem ação, desanimada com minhas opções. Imobilizada. Em dúvida sobre tantas coisas. 

I'm bleeding...
My cold little heart. I can't stand myself. 

Estou ouvindo essa música e acho que faz muito sentido agora. 

All my life, I've been playing games...
I've been losing... one day at a time.

Eu não sou assim, desanimada. Não sou não. Sou pra cima. Mas hoje não me reconheço muito.



[Continuando com as músicas...]

11 - every teardrop is a waterfall

12 - secretaria - amado batista

13 - every breath you take - the police

14 - downtown - anitta

15 - cold little heart - michael miwanuka




sábado, 17 de fevereiro de 2018

Bora cumprir o challenge

[cumprindo o que havia dito da lista das músicas, que, inclusive vou deixar aqui caso perca do computador.]

6 - cold little heart - Michael Kiwanuka (reminds me Paris)

7 - cruz - otto (período de arremate de um amor adolescente intenso)

8 - boa sorte/good look - vanessa da mata e ben harper

9 - é d'oxum - candonguero (carnaval no largo da alegria ouro preto)

10 - coldplay - me faz dormir em paz, acalma meu coração... amo



um lado que pesa outro que flutua

UAU, que dia foi esse?

Hoje é dia 17 de fevereiro de 2018. Sim, aniversário de 53 anos do meu pai. Foi o dia mais difícil há muito tempo para nossa família. O principal motivo: ele, meu pai.

Tudo o que não admiro em uma pessoa ele escancarou hoje. TUDO. Uma pessoa extremamente arrogante, prepotente, sem autocrítica, sem humildade, sem amor, sem um pingo de humanidade, sem reflexão, sem vida. Hoje pra mim ele foi a pessoa mais infeliz da vida. E transformou a minha vida, da minha mãe e do meu irmão mais novo nesse mesmo inferno.

Ele é um homem MUITO trabalhador e inteligente em aspectos financeiros. Um engenheiro. Educou, junto com minha mãe, eu e meus irmãos da melhor forma que pôde. E tenho orgulho do trabalho que eles fizeram com meus irmãos e comigo - modéstia parte, se for possível isso nesse contexto - .

Com minha mãe não sei se ele foi tão bom assim. Ela fala muitas vezes que é infeliz, e é horrível ouvir isso da minha mãe.

Hoje meu pai me fez sentir muita raiva pelo egoísmo, pelo descaso, tratamento de inferioridade com todos que fazemos parte da pequena família que ele tem.

Que tristeza dizer isso, mas ele infelizmente me fez sentir isso.

Parece que sente prazer em machucar pessoas como nós, que somos a FAMÍLIA dele.

Mas já ouvi uma vez que NÃO, não somos obrigados a amar nossos pais. Na vida, precisamos aprender a nos desvincularmos deles para não aceitarmos um fardo de peso quando nos referirmos a ele. Não podemos tratar como inexistente a questão da separação do que sou eu como indivíduo consciente e adulto do que são os nossos pais. As personalidades gritam, e elas precisam ser compreendidas nem que seja apenas por nós mesmos!

Pai, hoje senti muita raiva de você. Seria muito legal se você não só falasse da Igreja, mas que colocasse em prática alguns ensinamentos, ou conselhos (como quiser chamar). Você se tornou uma pessoa que grita a todos os cantos que vai à missa todos os domingos mas torna infernal a vida dos que moram com você? Vc não pratica REFORMA ÍNTIMA? Não é mais engraçado falar que é "perfeito", é triste. É de uma imaturidade difícil de acreditar. Sim, é PATÉTICO.

Hoje eu tomei uma decisão: vou embora de casa assim que meu namorado voltar do intercâmbio. Vou começar tudo do zero, sim. Longe deles, sim. Eu vou encarar isso, porque essa necessidade está gritando dentro de mim e eu preciso me respeitar. Preciso encarar e preciso me afastar um pouco dessas raizes, que estão adoecidas ou, no mínimo, ME adoecendo. Sim, pai. Vc está me fazendo mal. E eu preciso ficar longe de vc.

Vou acalmar meu coração e ter paciência.

Peço luz pra minha MÃE por "escolher" (sei q não é uma escolha simplesmente) viver com ele o resto da sua vida.

E se um dia meu pai ler isso, eu espero que até lá muitos sentimentos tenham se transformado, e que me perdoe, mas eu PRECISO ser honesta para não adoecer mesmo. Até porque tenho a consciência de que cada um recebe o fardo que é capaz de suportar.

Que minha mãe seja feliz algum dia, já que ela não é, e não sei se já foi...