quarta-feira, 23 de novembro de 2016

o nome desse blog

pra caber em mim

esse é o nome desse blog.
e hoje é um desses dias difíceis de me fazer caber em mim.
as coisas são todas difíceis quando mudam. será que eu não gosto que as coisas mudem?
24 anos morando com meus pais, junto com outros 2 irmãos. sou a mais velha, formarei primeiro na universidade. não tenho dinheiro, não tenho nada. também não sei se tenho coragem pra sair daqui um dia e não ter nada em que me apoiar. sequer ter as paredes do meu quarto pra me apoiar. menos ainda experiência. porque sequer sei se estou na profissão que mais tem a ver comigo.

o tratamento mudou em todos os sentidos, em casa e fora dela. eu não sabia que era são sentimental, e que as coisas me atingiam tão forte. não sabia como é importante ter cuidado com as palavras porque elas machucam de verdade.

tenho sentido uma necessidade absurda de ler, encontrar um livro que me leve pra longe, um personagem que me  faça esquecer um pouco que sou a Luma de 24 anos que mora com os pais e que nunca trabalhou sequer por um mês inteiro. mas que também não tem notas excelentes, mas sim notas ok. não prevejo um futuro de sucesso, destacado das outras pessoas, ganhando dinheiro pra sustentar uma família como meus pais me sustentaram. aceitar o fato de que sairei daqui muito em breve sem 1 tostão, sem estabilidade nenhuma, sem ter pra onde ir, me deixa tão angustiada que eu me desespero.

tudo o que faço hoje em casa é pra me sentir menos culpada.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

memórias doem

cada um carrega seus arrependimentos, suas vergonhas, suas próprias derrotas, suas dores.
são memórias que mostram que ainda falta muito. que não estou nem perto de ser uma pessoa realmente boa. 
lembranças rápidas e que me dóem por dentro. 
ter falado pro meu irmão que na vida ele precisava retrucar, ser grosseiro, não levar desaforo pra casa. eu ensinei isso a meu irmão!! que tristeza.. que vergonha.. meu irmão era tão doce, tão sorridente, calmo. continua sendo, mas eu sinto que contribuí pra que ele se tornasse uma pessoa fechada, calada.
eu empurrei um menino em uma lata de lixo. ele caiu de uma altura de uns 1,5m em uma lixeira de lata redonda. todos riram dele. eu ri também. 
eu fui uma criança má.
com 18 anos viajei com minha avó e me lembro de ser muito impaciente com ela que acabei empurrando-a no quarto do hotel. ela se sentou na cama que estava atrás quando a empurrei. lembro-me de ter falado coisas ruins, que eram para magoá-la. eu fiz isso a uma senhora de 80 anos!!! é maldade, não tem outra explicação.
eu sou grosseira com meu namorado. ele atura minhas grosserias que são feitas sob a justificativa de que ele traiu minha confiança quando tínhamos 1 ano de namoro. desde então eu me tornei uma fera quando discutimos por qualquer razão. eu sempre penso que essa traição me transformou. mas, será que transformou mesmo? ou será que sempre fui assim mesmo? 

uma coisa é certa: eu sei de tudo isso. não me faço de vítima quando estou comigo mesma, pensando sobre quem sou. tudo isso me corrói e me deteriora. sei que é vergonhoso e digno de dó. mas, acabo repetindo. não aprendo a ser uma boa pessoa. eu não sou. 
me desculpa, vó!!! eu te amo tanto! perdoe a minha infantilidade, imaturidade, defeitos. eu não merecia ter a senhora como avó, que sempre cuidou e quis o meu bem e de toda a nossa família. vó, dona lica, vc faz tanta falta que nunca vai imaginar.