domingo, 13 de outubro de 2013

onde está, meu lugar.


será que ja tenho idade pra sentir o "peso" dos reencontros? ou seria o peso desta  palavra eternizada em frases de músicas e poesias, como Vinícius: A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida ?
Acontece que acho que sim, acordei deste sono leve de viver apenas os encontros com suas cotidianas repetições. Quando o meu interior começa a buscar a reflexão com um ou outro reencontro posso então constatar que já fazem 6 anos desde o início do CEFET em minha memória. E não sai, será que não?
Ouvi esta semana que Saudade e Lembrança são diferentes no ponto em que saudade é algo melancólico e inacabado, como um desejo íntimo ecoando. E lembrança é uma aceitação de que em algum lugar do tempo ficou, como sempre as coisas ficam (sem a menor pretensão de coisificar pessoas aqui). Nesta diferença que me veio a cabeça falando sobre o reencontro de hoje é que fiquei pensando nas saudades e lembranças que mantenho (bom, além das inconscientes).
A música agora me sugere: saudade, eu te matei de fome. E tarde, eu te enterrei com a mágoa.
Se hoje eu já não sei teu nome, teu rosto nunca me deu trégua. 
Seca, mas nunca morre.
Verdade, eu te cerquei de longe.

Tardei, quis nunca mais partir
É como um filme todas as vezes que, em pensamento, retorno minha atenção a uma única fase da vida. E é talvez por isso que esse pensamento ocasional de reencontro tenha mais o peso da saudade que da lembrança. Não é por inteiro. Todos ali sabem, e todos sentem esta ausência à sua maneira. Uma falta bastante específica que outrora fora o elo do que se vê hoje sentado em volta a mesa do bar discutindo a política do Brasil.


Se esse reencontro trouxesse tudo o que em outros tempos esperei, não acho que esta reflexão caberia em mim. E digo com tristeza que sinto que grande parte das reflexões em efeito não seriam eu, eu talvez fosse menos poesia do que sou hoje. Ia dizer que não sei se é (ou seria) uma pena. Na verdade gosto muito do que sou e pretendo poder dizer mais sobre lembranças que sobre saudades.

sábado, 5 de outubro de 2013

rio de janeiro, belo horizonte. eu.

dias para se desconectar daquele cotidiano desconsertante; viagens curtas; ponderações, algumas.
eu me entreguei às possibilidades que foram surgindo, isso me fez achar sentido nos sinais enviados pelo universo. Assim, como uma confirmação sutil de que o caminho é esse mesmo, até agora. E, partindo daí a falta da visão destes sinais subliminares seria deixar de me entregar às vozes do coração. Isso.
Agora com a volta da rotina, e com ela as pessoas. Tantas pessoas... cada uma uma história, cada uma uma energia que me afeta de maneira diferente. 

O medo e o desafio
Sei que tenho medo das pessoas. Sei que encará-las me trás vertigem. Minha vertigem são as pessoas. O primeiro passo de sair de mim, de onde eu controlo e conheço, é aceitar que isso precisa acontecer. Antes eu sofria porque só podia ser feliz de verdade nas férias; longe de todas essas pessoas. E aí percebi que o problema não é a Arquitetura.

Por assim dizer, inconscientemente creio que aceitei o desafio de encarar este desafio: me tornar vice-presidente de um Centro Acadêmico em um curso como arquitetura. Dada a minha personalidade, minhas opiniões e meus projetos mentais, este momento é importante para superar minha individualidade. Assim como a iniciativa de firmar compromisso por no mínimo um ano (em contrato) com minha cidade faz referência ao meu Aceite ao Não Sair do Brasil pelos próximos 12 meses. Fuga adiada! 21 anos e o quase fim da adolescência psicológica ...
Assim, aceito que a liberdade caminha pouco distante. Primeiro passo. Quero tê-la se aproximando, mas isso será aos poucos. Ponto número 2 de consciência. Serei então cobaia dos meus sentidos no próximo semestre. Mais do que nunca, reflexão e ponderação são fatores essenciais (serão a cada dia mais), a ariana eufórica dará lugar à taurina (paciência com a teimosia que restar).



Quanto ao amor
Esta é a parte triste dos meus pensamentos. Simples: desacreditei no amor. Essa invenção criada a bel-prazer me parece muito conveniente e egoísta; confesso que me dói um pouco dizer isso, mas o amor me parece uma criação para satisfazer a padrões sociais mais do que aquela questão de almas. Não quero ser fria, não quero ser ranzinza ou rabugenta ao me referir a isto, pois digo: se me aparece oportunidade de flerte ou carinhos, certamente não recusarei caso me atenda às vontades físicas. Mas cumplicidade, lealdade e confiança não sou capaz de reconhecer em um casal. Se muito afirmo que possa existir respeito, uma amizade que pondere o sofrimento do outro. Mas só. Que pena ouvir minhas próprias palavras (talvez ainda haja uma parte em mim com vontade de crer em outro sentido que não o egoísmo do amor, mas esta parte tem pouca força ou força nenhuma).

Talvez o que eu lamente mais em tudo isso seja o fato de não mais conseguir captar a tolice bela das canções de amor. Os poemas. As flores. Os casais de namorados que enfeitam as paisagens. Estas coisas tais me lembram tempos de outrora quando andava sem rumo, desesperada por uma não-resposta, uma indiferença que ardia uma loucura tão grande que hoje me trouxeram ao nada. Esse é o resultado de não ser capaz de julgar -por já ter sido a senhora destas atitudes em outros tempos. 

Assim vão, as palavras. Elas não tem fim, só se a música parar. Mas o silêncio também é uma palavra ...