sexta-feira, 27 de julho de 2012

As mudanças que ocorrem durante o caminho.




Há quem diga que não se deve mudar por alguém; que alguém de quem se gosta não se muda, se completa. No entanto, quando se gosta de alguém, isto é, quando duas pessoas entram em uma sintonia; ou quando uma pessoa capta essa vibração mais que a outra e, assim, em termos de pensamento, inicia-se uma aproximação, nestes momentos transformações já estão ocorrendo. Sim, as mudanças! Não que se possa controlá-las, pois acontecem simplesmente porque precisamos aprender muito e sempre, e partindo deste pressuposto todos os momentos tornam-se oportunidades únicas. Eu tenho 20 anos, e passei por dois episódios de grande relevância neste quesito; sendo que ainda estou em uma parte do percurso do segundo.

O primeiro me ensinou muito, mas neste caso específico aprendi pela dor. Passei por momentos de desespero e descontrole em todos os sentidos que se pode imaginar. Foi duro, me sentia uma senhora de 40 anos que tentava superar um casamento de 20 anos. Eu insistia em manter um vínculo nada saudável que, em minha cabeça era a ‘’única possibilidade’’ que havia e não havia de jeito nenhum de ser diferente! Isso me fazia mal, e me doía à alma. Muito pensei até sentir necessidade de ter vontade de sair daquele estágio. E aos poucos, bem lenta, fui olhando para os lados e o processo continuava. Gradativamente fui notando que o mundo é grande demais e a vida importante demais pra se desperdiçar tempo com dor.  Tudo foi muito válido e agradeço imensamente a oportunidade de enxergar tanta coisa, tão ‘’jovem’’. Renasci. Essa foi a sensação quando me libertei e assinei minha carta de alforria da dor.

O segundo começou sem muita explicação, simplesmente porque algo de muito familiar me chamou a atenção ali; aquele olhar do litoral arrebatador e calmo ao mesmo tempo, aquele irradiar de sorrisos despretensiosos e a imaginada melodia diferente na voz. A música que ele emana sem perceber e o carinho que transmite me fizeram sentir de longe a necessidade de ver melhor, ver de perto; mesmo que uma, duas, três ou quatro vezes. E foi que então me senti viva, mulher, humana. O encaixe era bom pra mim, me senti segura e envolta de mágica. No entanto a mágica não se completou. Eu acabei apaixonada pela minha idéia do que ele era. Não o conheci, não o conheço, não o conhecerei. Dessa vez não houve dor. Há ainda certa dúvida, confesso. Mas, a poesia dos momentos raros enche meu coração de gratidão e eu só consigo guardar boas recordações do meu rouxinol...  

Em ambos os casos, não terminei sendo a mesma que começou. Graças a Deus que não. O fato é que a gente aprende sim, basta ser atento e optar conscientemente por abraçar estas oportunidades quando elas nos são apresentadas. Não se preocupe se, ao se olhar no espelho certas vezes, não se reconhecer. A vida tem justamente essa função transformadora. E nós somos tudo isso mesmo. Ouvi hoje que tudo tem em si, dois lados. O lado mau e o lado bom, sendo que o que é maldade é simplesmente ausência de bondade. Em outras palavras o mal é a ignorância do bem. A partir do momento em que é tomada a consciência, transformações tornam-se sempre bem vindas e o lado bom vai se alastrando sobre o lado mau. Mas, lembre-se, tenha paciência, seja carinhoso com você e seu processo que é naturalmente lento.  Aceite as mudanças e encare cada dia, cada hora, cada respirar como uma nova oportunidade. Lembre-se também que tudo passa... O autoconhecimento é o caminho menos doloroso para se chegar. 



A trilha sonora é Mozart. Neste momento: Greensleeves

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