quinta-feira, 31 de maio de 2012

faz parte do caminho


"O encantamento aos poucos se esvai..
Na verdade, deve ser a realidade enfim dando as caras.
Acontece
que tudo na vida acontece

Janelas reabertas
que é chegada a hora
de voltar pra mim"



Vou ficando por aqui, meu querido Wild Horse.

''Wild horses couldn't drag me away''

terça-feira, 29 de maio de 2012

Livre, Leve e Louca

Hoje, registros que falarão (ou, pelo menos, tentarão falar) por mim:



Cansaço 

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço... 


                                                           Fernando Pessoa


*



Liberdade

É vento na alma
Brisa no coração
Não revelar-se ao tempo
E desatinar em ilusão
É ouvir o estribilho
E se deixar levar
Saber que o trem aguarda
Mas que ele partirá
Liberdade é acolá
Quase lá, nunca aqui
É ver a vida sobre o ar
E se afogar em permitir
Intensificar o leve
Desafinar na emoção
Liberdade?
Desassossegar a alma
Sossegar o coração


Lucas Oliveira



*
Precisão

O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.


                                                                 Clarice Lispector



quarta-feira, 23 de maio de 2012

fases diferentes

Não existe um culpado. 

não sou dona da verdade nem você. a única coisa que podemos saber bem é o que sentimos. sobre isso não há o que duvidar, somos adultos e fazemos nossas escolhas. sentimentos existem. eles podem ser fortes, arrebatadores, apaixonados ou podem não ser tanto assim, podem ser algo bom mas que não causou aquele sopro de fazer com que as estruturas se abalassem. mais ainda, analisando o contexto. universidade, cidade com muitas festas e muitas pessoas disponíveis e dispostas a todo tipo de situação que não necessariamente envolva sentimento sincero. amor? 

entretanto, esse desconforto não é culpa de nenhuma parte. me envolvi mais que devia? paciência, eu acredito no amor e tenho esperança nas pessoas. estou errada? não, só que é preciso aceitar que isso faz com que a probabilidade de se magoar é maior. sim! lido com isso.. mas acredito naquela gente.


por outro lado, lá está ele no momento de conhecer, experimentar! momento de topar todo tipo de convite que signifique se aventurar. não o culpo por isso. de forma alguma. infelizmente ou não, numa dessas aventuras, me apaixonei. e ele viveu outra de suas aventuras. uma história atípica que começou, começou.. e, não sei, parece estar ficando naquele intervalo de tempo que se fez tão forte. 



a vida é incrível mesmo. as oportunidades de crescimento. basta querer enxergá-las. 



o que ainda me intriga é que tudo isso parece se perder com o tempo. num futuro o que restará dessas histórias, digo, dessas que nos balançaram e que fizeram de alguns momentos, poesia? um sopro.. 




pra finalizar, que fique marcado aqui todo o diferencial do meu sentir com ele. um menino poeta, um homem. o cafuné, o carinho, o toque, o aconchego, a poesia que foi a noite em que nos vinculamos nos sentidos que foram. em todos. a chuva, a timidez, as músicas, a saudade.



eu agradeço por ter vivido pois estive de coração presente. me entreguei e me senti completa em meio ao carinho. que minhas vibrações vivas sejam expandidas e que 


''[..]

Num retrato-falado eu fichado
exposto em diagnóstico.
Especialistas analisam e sentenciam:
Oh, não!

Deixa ser como será.
Tudo posto em seu lugar.
Então tentar prever serviu pra eu me enganar.

Deixa ser.
Como será.
Eu já posto em meu lugar
Num continente ao revés,
em preto e branco, em hotéis.
Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê. ''

Retrato pra iaiá =)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Sendo quem quero ser cada vez mais.. =)

O frio começou. Ouro Preto está com sua aparência mais peculiar.
Blusas, cachecóis, botas, mais blusas, agasalhos quentinhos, pele ainda mais clara, nariz vermelho...
Aquela magia que conheço desde pequena e de que tanto gosto.

A fase é nova também. O momento crucial de perceber algo de novo em mim foi ontem.
O dia havia sido muito cheio, uma corrida contra o tempo, tudo debaixo de chuva, frio, trânsito (isso mesmo!), ônibus dando voltas longas e o dinheiro indo todo embora... No fim da missão toda da terça-feira, decidi voltar caminhando pra casa, mesmo com a chuva, pra poder ir conversando com um amigo, pelo telefone. E assim foi... foi uma conversa sincera de quem só quer ser feliz, e tem seus desafios diários externos e, principalmente, os desafios internos.

A conversa foi ampla, calma, aliviadora, calmante, serena, amiga. Chegamos à conclusão de que queremos ser e parecer ser o que somos. Mostrar o que sentimos, com coragem. O que pode vir depois, não depende de nós, porém dizer o que sentimos, fazer o que estamos à vontande... tudo isso, se não faz mal a alguém, se nos faz sentir melhor, se faz parte do que queremos pra nós.. significa seguir nosso coração. E é essa a fase. Uma fase menos vulnerável que de costume. Uma fase mais ''adulta", talvez eu possa dizer assim.

E foi tão bom sentir que estamos juntos nessa fase. O que seria de mim sem meus amigos? O que seria de você sem aquelas pessoas em quem você sabe que pode confiar... Isso, aquelas com quem você compartilha seus momentos bons e, por vezes, ruins. Aqueles com quem você é transparente com o que está sentindo, sempre...
Enfim, é com essa mensagem de nova fase, de coragem com os sentimentos que deixo este post.
É uma quarta-feira às 11:53 am, estou ouvindo Jack Johnson. Estou tranquila, e sentindo o aconchego de pensamentos de esperança.


complementar:

''Listen to all translations
Of the stories across the sky
We drew our own constellations''

(Consttellations - Jack Johnson)