quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

dia 13, 3 meses após

Agora senti necessidade de escrever aqui, pensei na terapia, algo que tem me ocorrido falar sobre nos últimos tempos. Então olhei a data da última postagem: 13 de outubro de 2020. e hoje: 13 de janeiro de 2121. Estou lidando com uma mudança de Psicóloga, o que na primeira impressão e contato com a nova profissional, não me agradou muito. Mas vamos deixar o tempo dizer.

Ocorre que a vontade de escrever agora não me veio só para comentar sobre isto, até porque a terapia me abre muitos caminhos de reflexões que poderiam ser escritas aqui. Estou aqui porque neste momento meus pais estão em (mais uma) discussão sobre o casamento, pelo mesmo motivo de muitas outras vezes, sempre com os mesmos sujeitos envolvidos. O ciúme doentio do meu pai por pessoas do trabalho da minha mãe. É uma posse a níveis estratosféricos... algo que assusta. E me assusta também a insistência da minha mãe em se manter com alguém que não melhora 1%, que não revê, nunca... E ela sempre se exalta, sempre se desgasta, sempre parece que vai ter um infarto. E carrega "sequelas" dessa tensão no dia-a-dia. Já me envolvi, já briguei junto, já fiz tudo o que eu podia pra eles saberem que eu e meus irmãos só queremos que eles fiquem em paz, seja juntos ou separados. Isso porque nada compra a paz da gente. A cabeça tranquila, ainda que com os problemas do dia-a-dia. Nada que tire a nossa paz vale a pena. Isso já me fez mal por tabela, já me fez chorar, já me fez perder o sono. Mas, eu entendi que existe um limite, a partir do qual, eu não posso controlar. Mesmo que eu ultrapasse ele limite, o que já fiz inúmeras vezes, eu não consigo resolver porque a relação é entre eles. E eles precisam chegar a conclusões. Seja de concordarem em ceder e trabalhar nisso juntos e também cada um em si. Ou então, se não puderem ceder, seguirem seus caminhos, sem se auto destruir. A meu ver, de filha que ama sua mãe e seu pai, a relação deles se tornou tóxica. Tanto de um lado quanto de outro, porque, apesar de eu achar o comportamento do meu pai em relação a minha mãe como MULHER híper nocivo, tenho consciencia (por experiencia propria) que aprendemos com o tóxico a sermos tóxicos de volta. Como uma defesa? Sim, eu acredito que seja uma forma de entrar nesse jogo. 
O que percebo é que meu pai segue querendo que minha mãe seja alguém que, se um dia ela foi ,há muito tempo ela não é mais. E ele está preso a um tempo que não existe mais. Minha mãe, por outro lado, quer ser quem ela é. E o que ela é não fere princípio nenhum do respeito entre eles. 
Ao contrário do que meu pai é, e isso sim fere (e muito) o respeito entre eles. Fatos antigos e recentes comprovam que, se tem alguém que se esperaria uma cobrança seria minha mãe sobre meu pai. Coisas pesadas e altamente desrespeitosas aconteceram e no entanto é o contrário... Enfim, quanto mais fato sobre isso, mais isso me afeta, coisa que eu estava tentando trabalhar em meu psicológico a não fazer. 

Vou até meu irmão agora, ver o que ele está pensando sobre tudo isso.