sexta-feira, 3 de outubro de 2014

retomada à escrita que me é tão essencial (feliz por ter conseguido)

quando eu era Luma em 2010, 2011, costumava ter um amigo com quem compartilhava todos meus anseios, e desfrutava do que começava a oferecer, a vida jovem, em seus prazeres e amargores. Sempre serelepes como crianças crescidas que se divertem com preocupação nenhuma com o porvir - que reflete-se também e principalmente em minhas estruturas emocionais dos anos em diante, e da Luma que viria em 2013, 2014 ...

Era feliz e triste em instantes. De uma intensidade com a licença da imaturidade. Foi ali o primeiro encontro com o que é relacionar-se com outra pessoa, no sentido mais profundo. Éramos unidos, pensávamos em dupla.

Com o tempo e os mal entendidos dados à diversão inconsequente de juventude -algo bastante compreensível, à época- a situação tornava-se insustentável para ambos os lados, mas o meu gênio jamais admitiria perder algo que me tornou de subsistência. Então era a primeira vez que encarei face a face o sofrimento. Algo forte que me pegou de jeito... e que ficava guardado me amordaçando porque meu único porto seguro já não podia ser. Lembro-me de propor que a amizade continuasse, mas porque era minha única garantia de não perder minha angústia em meu interior e jamais encontrar serenidade outra vez. Desesperador foi constatar que o cansaço era tamanho que não havia maneiras de manter algum vínculo, aquilo nos estava atrasando, tornando-se insuportável. Eu jamais admitiria isso, pois seria como perder... demonstrar fragilidade. Orgulho demais sempre me impediu. Então tudo ruiu e foi muito difícil, mas neste momento de quase loucura e peso, muito foi se clareando, ser humano que somos, vamos encontrando maneiras, descobrindo estratégias mentais de passar por aquilo. Lembro que o que muito me ajudou foi a música. E então a espiritualidade surgia em minha vida e fazia sentido viver toda a dor por algum motivo. Não, eu não fui abandonada por Deus e deixada sozinha à míngua. Não, aquilo era uma oportunidade.

A partir de então, todo o porvir já não seria mais a primeira experiência -nem a última- eis que passei q me sentir uma jovem senhora. E então a me jogar na vida como se uma auto afirmação de querer voltar a ser jovem e pertencer à minha geração (sentia-me muito distante das pessoas que também tinham 20 anos).

Tempo depois -e ainda me pergunto se todo o amadurecimento daqueles anos se mantêm na Luma de 2014-, outro envolvimento profundo -relutado de início- se deu, e cá estou. A dúvida do amadurecimento está mais forte do que nunca... o momento é outro, outras questões agora estão em voga, evidentemente, outras peculiaridades. Só gostaria de não me esquecer do que foi experimentado e que gerou aprendizado para não desperdiçar esta oportunidade que a vida me proporciona de estar com uma pessoa tão bacana. Quero, de fato, merecer esta nova oportunidade. É isso. Como uma outra chance de, dessa vez, lidar com mais maturidade com meus sentimentos sem deixar que tornem-se infantilmente orgulhosos, mimados, histéricos.

Gostaria de ter calma e fé que tudo está como deve ser, pensar nas atitudes, e se perceber que uma briga pode ser desencadeada, deixar pra depois, com a cabeça mais fria. Engolir o orgulho que trago. E ser feliz, leve, dentro do que eu for capaz, é claro, reconhecendo minhas limitações evolutivas. Não quero ser perfeita, ou forjar algo em mim, mas esforçar-me para que sinta-me mais feliz. E se precisar acabar -tudo passa, tudo sempre passará-, que eu saiba terminar bem, assim como soube começar bem. Em paz e sem optar novamente por aquela dor desmedida. Como já disse, não é mais a primeira experiência.